domingo, outubro 30, 2005





















A noite ontem foi linda! Rimos, rimos, rimos e com tanto riso acabámos por sorrir. É sempre tão bom quando estamos assim juntos e animados! E com a mudança da hora, acabámos por gozar ainda mais uma hora grátis o melhor possível. =)
Fomos ouvir os Rádio Fanfarra a cantar ao vivo! Foi muito bom! Eles e o reportório. Recomenda-se para uma noite bem passada com os amigos num bar. Por nós, havemos de repetir! =)
Ficámos com vontade de mais e é claro que a noite não acabou quando eles deixaram de tocar. Um dos pontos altos dos nossos disparates foi quando estivemos todos a fazer de anormais para imitar um grunhido mais anormal ainda que escapou da Mariana. LOL Foi lindo! A cara de deficiente do Tó estava genial! Não dá para parar de rir nestas condições! LOL =)
Obrigado a todos os presentes pela noite e à Joaninha pela ideia.
Para ela fica um abraço muito, muito apertado! =)

[Estou a dar Joaninha! Estou a dar agora! Estás a sentir? =)]

sábado, outubro 29, 2005













O dia hoje foi sereno e bom. Dei catequese de manhã, almocei com os meus pais e fui ver a casa linda que o meu primo Pedro vai comprar. À noite vou sair com os 3 Nós para ouvir um pouco de música ao vivo. Já estive pensativo, já estive a rir, já tive conversas boas e animadoras, e apeteceu-me agora fazer esta montagem. Uma montagem cheia de partes de mim, que inclui sorrisos e quatro dos meus amigos que me dizem tanto e nos quais penso todos os dias. Neste momento em que sinto o coração a acalmar da correria dos últimos dias, são as pessoas que mais recordo e que penso que mais tranquilidade me têm conseguido passar. Talvez as pessoas que, por me conhecerem melhor, têm mais facilidade em tocar-me directamente o coração.
Deixo sorrisos! E volto, quem sabe, a escrever amanhã…

sexta-feira, outubro 28, 2005



















Era uma vez um velho e um menino…
O velho estava a caminhar junto ao mar no seu ritmo calmo. Estava a fazer o seu passeio matinal como fazia todos os dias da semana com os seus ténis azuis de sola branca, às 10 h da manhã. Ele gostava de sentir o ar matinal, de contemplar o mar e de meter conversa com os pescadores. Ouvia-se sempre os pescadores dizerem com um sorriso: “Olá! Bom dia meu senhor! Tudo bem?”.
Mas nessa manhã houve algo diferente. Enquanto passeava com as mãos atrás das costas em frente do forte onde se viam as gaivotas a pousar e o bater das ondas, reparou num menino sentado no cimo de um dos seus muros altos a chorar. As pernas dele estavam cruzadas e abraçava com os dois braços os joelhos que tinha contra o peito. Parecia olhar para o horizonte e escorriam-lhe lágrimas gordas pela face. O velho ficou com o coração pequeno e apertado, subiu com cuidado as escadas de pedra que iam dar até ao cimo do muro e sentou-se devagar e com algum esforço a uns dois metros do menino, também a observar o mar…
O menino parecia não ligar, continuava com o seu olhar fixo, longe, perdido nos sentimentos que o faziam chorar. Faziam chorar por angústia, por desencontro, por causa de uma solidão que não é real, mas que sentia. Porque por vezes parecia que não tinha ninguém para contar todos os seus segredos, que não tinha ninguém para contar os seus dias, as brincadeiras, as traquinices, as aventuras. Porque vivia alegre e feliz, mas sentia que às vezes ficava sem companhia para brincar. E foi enquanto pensava, que reparou de repente que tinha um velhinho sentado ao lado dele. Virou-se para ele e sorriu, enquanto as suas lágrimas continuavam a escorrer em silêncio. O velhinho respirava fundo e pausadamente. Transmitia calma, conforto, serenidade. Os seus olhos castanhos brilhavam e faziam sentir a sua experiência, rodeados pelas ligeiras rugas que tinha. O menino sentiu que também o velhinho já devia ter passado por muitos momentos iguais e foi na magia do entendimento e da sintonia que se criou que esboçaram em simultâneo um sorriso mais profundo.
Mantiveram-se em silêncio por mais algum tempo e só quando estavam de novo os dois a contemplar o que os rodeava, o velhinho falou, no momento em que o sol abriu e substituiu o reflexo cinzento das nuvens pelo azul do mar. O velhinho disse umas palavras bem baixinho que o menino quase nem ouviu. Pareceu-lhe ter ouvido falar de amor, na certeza que ele traz e no coração. Ficou a tentar relembrar os sons que tinha ouvido para reconstruir a frase na sua cabeça, e quando ia de novo olhar para o lado já animado e brincalhão, naquela transição de estados de espírito que só as crianças conseguem ter, reparou que o velhinho já não estava lá. Parecia que se tinha tornado ágil e saído no mesmo silêncio e tranquilidade com que aparecera. No seu lugar estava apenas uma pequena pedra que o menino pegou e guardou no bolso que não tinha rasgado no fundo, para não a perder.
O menino só sabe que nunca esqueceu o velhinho e o seu murmúrio. Quando se sente triste volta sempre lá ao velho muro do forte para olhar o mar e contemplar. E de todas as vezes, vem com uma força maior e renovada. De cada vez traz uma pedrinha nova que guarda sempre consigo no bolso e que coloca numa caixinha quando chega a casa. Para nunca se esquecer que na vida o essencial é amar…

quinta-feira, outubro 27, 2005

Caminhar no espírito?

“O homem tem desejo, ânsia ardente de tudo o que é belo, bom, verdadeiro. Anseia o absoluto, deseja a perfeição; sente-se inquieto ou temeroso quando não caminha para esse ideal. […] Ora, esta ânsia do homem pode ficar frustrada, dando origem ao fracasso, ao esgotamento, à sensação do «nada». E esta profunda frustração, normalmente, resulta na busca insaciável de prazeres e satisfações, para tentar preencher o vazio. […] Por vezes toma-se o mal por bem, vê-se no menos bom já uma realização, entende-se mal as normas, os princípios, as leis. […] Só alguém cuja vontade […] está moldada, forte e dinâmica, pode dizer: «eu quero, eu desejo, é minha determinação». […] E se é verdade que o «afectivo é o efectivo» e vice-versa, ou seja, que só somos eficazes quando o nosso afecto se compromete a sério, então, precisamos de equilibrar as emoções, para que elas não nos atraiçoem, não nos conduzam ao abismo. Se quanto mais efectivamente comprometidos, mais e melhor realizamos uma obra, levamos por diante um empreendimento, também quanto mais os nossos afectos forem purificados, as emoções encaminhadas, as paixões conduzidas para a perfeição, tanto mais crescemos […] e tanto mais nos desenvolvemos a nível humano.”
Dário Pedroso

E como diz um grande amigo meu que hoje me voltou a tocar no coração com as suas palavras simples, é assim que, dia-a-dia, devemos ir percorrendo o nosso caminho para a santidade. =)

“No ser humano há paixões, há emoções há um contínuo paradoxo de luta, de busca de equilíbrio sem o qual não há harmonia nem desenvolvimento”
Dário Pedroso

Onde é que cada um de nós encontra o verdadeiro equilíbrio? Eu penso que sei resposta. Pelo menos penso que sei a minha. É talvez essa resposta que vou tentando passar aos poucos neste nosso blog. E cada um sente a sua resposta com o coração, não é?

quarta-feira, outubro 26, 2005

Consolar anjos não cansa

E entre os momentos desta semana que vou vivendo com um sorriso e em que procuro não pensar demais nas coisas que não devo, vou estando com os meus amigos ao fim do dia e conversando.
Os dias passam por nós e, enquanto passam, trazem-nos novidades. Umas melhores, outras menos boas... Chego sempre à conclusão que por mais que se evite, eles acabam por nos fazer pensar. Mas ao menos, com os amigos, podemos pensar acompanhados. Fazem-nos partilhar e dividir momentos que às vezes podem custar passar e que confundem uns ou outros, mas vão-nos também fazendo ter cada vez mais certeza do caminho de queremos seguir nas nossas vidas com a certeza continua da nossa amizade...
Esta noite, foi isto que nos saiu:

Uvas pretas, uvas brancas, manga, papaia, alho francês, cogumelos, sumo, massa, tomate, queijo, orégãos, banana, farinha, manteiga, pimenta, fiambre, uivos, porta trancada, guardanapos, tabuleiro, cama, conversas, quadros, textos, blogs, mousse de chocolate, mota, Évora, mamã, visita, rádio, intestinos, prismas, tapa fotos, meias, almofadas, investigação, telemóvel, gazes, SLB, cálices, estar, sorrisos, anjos, amizade, amor...
Tudo, tanto, tão bom, tão certo. Ao menos temos tantas coisas tão certas que nos consolam tanto...

Espero que saibam ler nas entrelinhas. Beijos.

segunda-feira, outubro 24, 2005















Quando ando à procura de um filme para ver, é para os cartazes que começo por olhar. Olho e tento senti-los, tento perceber como me chamam as luzes, as cores, as sombras… Os cartazes têm definitivamente de me chamar a atenção. Porque um bom filme tem sempre um bom cartaz.
E nós, com que cartaz forraríamos a nossa vida?

[Olho para as minhas fotos e não consigo escolher uma que pudesse utilizar como cartaz. São tantas, tantas! Tão lindas! São tantas e reflectem tantos momentos vividos em tão pouco tempo e que me deixam tão feliz. Fotos de paisagens lindas, fotos de amigos, fotos com sentimentos e ternura. Colocava-as aqui a todas se tivessem tempo para vê-las. Escolhi hoje a que coloco porque me transmite um sentimento de contemplação, em que os barcos simples, mas fortes e destemidos, admiram o mar e absorvem-no, prontos a conquista-lo quando, assim que nele entrarem, abrirem as suas velas ao vento para navegar. Sempre por mar a dentro, tendo apenas o horizonte no seu limite…]

sábado, outubro 22, 2005













Este sábado foi mais um motivo de festa!
Foi preenchido de manhã à noite e forrado com sorrisos. Cheio das brincadeiras que parecia que já tinha saudades de ter.
De manhã encontrei-me cedinho com o Tó para prepararmos a catequese. Fomos para o centro e não tardou até estarmos rodeados das nossas crianças cheias de energia e de boa disposição a correrem por todo o lado, prontas para novas brincadeiras e aprendizagens. Adorei ter dado catequese esta semana. Foi daqueles dias em que conseguimos sentir toda a recompensa que recebemos ao ser catequistas. Em que parece que lhes conseguimos passar tudo o que lhes queremos ensinar e em que recebemos em troca tanto carinho e atenção. Em que vemos como eles gostam de estar connosco e em como ficam animados por aprender e por participar. No final até conseguimos que cada um deles partilhasse algo que lhes passasse pelo coração. Estávamos todos em roda de mãos dadas e de olhos fechados, enquanto pedíamos que eles fossem dizendo, um a um, aquilo que mais desejavam depois do que aprenderam. Foi tão lindo ouvir os pequenos desejos que tinham à medida que iam entreabrindo os olhos para ver o que se passava em redor. Eu e o Tó também pedimos os nossos desejos perante eles. Eu pedi que Jesus nos ajudasse sempre a perceber que é ao sermos amigos como Ele nos ensinou que podemos ser realmente felizes uns com os outros. Tal como me sinto feliz ao ser amigo deles e por poder acompanha-los. São todos lindos! =)
Depois da catequese e de vir almoçar a casa com os papás, eram horas de uma sessão fotográfica a todos os quadros da Andreia, em casa dela. É claro que adorei poder ajuda-la e de rever muitos dos quadros fantásticos que ela tem! Ainda para mais fico com a minha colecção de fotos muito mais enriquecida no meu computador! =)
Mal acabou a sessão, fomos a correr ter com a Sónia e a Anita, para partirmos rumo ao pavilhão Atlântico ouvir a menina Adriana Calcanhotto e o menino Pedro Abrunhosa. Depois de um belo Hagen Daz, é verdade que a Adriana nos ia fazendo adormecer. É muito mau dizer, mas a parte mais gira, viva e animada do espectáculo foi quando ela se despediu e meteram uma música dela em playback! Mas depois o Pedro Abrunhosa compensou. Muitos saltos, muitas palmas, muitas músicas em que se ouviam as vozes das várias mil pessoas que estavam presentes no pavilhão. Foi bonito sim senhor. É tão bom dar toda a energia que temos em concertos! Ainda para mais com a Sónia a curtir à brava ao meu lado! Sabe muito melhor quando estamos com quem delira completamente para que os possamos acompanhar. Isto quando não somos nós que deliramos, claro! =)
Um dia muito bom que termino agora aqui a escrever. Obrigado a todos! GMV! Ou melhor, eu GMMMMMV! =)

sexta-feira, outubro 21, 2005















Era já de noite quando recebi um telefonema de uma grande amiga minha que estava a precisar de um ombro amigo. Em 15 minutos vesti-me, jantei e estava em casa dela. Fomos passear por Belém, comemos uns pastéis, bebemos um capuccino e ficámos a conversar. A noite estendeu-se. Falámos de tanto que nos toca e que nos faz sonhar. Falámos das dificuldades que às vezes são difíceis de ultrapassar. Falámos, acima de tudo, em como é importante, sendo flexíveis, darmos também valor às nossas pequenas coisas tão simples e bonitas. Pequenos momentos que gostamos de repetir, pequenos hábitos que gostamos de manter, pequenos gestos e pequenos prazeres, pequenos nadas que nos identificam e que nos tornam grandes. Pequenos nadas que nos tornam diferentes e únicos para quem nos ama. Pequenos pedaços de nós que se espalham e que fazem nascer à nossa volta sorrisos sinceros e completos. Poder mantê-los com o seu significado e valor e é o mínimo que podemos exigir…

Não deixes de bolinar
Que esse barco airoso é teu.
Vai,
Que o vento não teme,
Se o coração é teu leme,
Uma vontade de mar
Com horizontes de céu.

Esquece
Que levas pressa
Se a noite de breu render,
Que o pôr-do-sol é promessa
De um novo amanhecer.

J. Maria

quinta-feira, outubro 20, 2005



















Até da monotonia
das paisagens sem cor
podemos extrair
paisagens de poesia
com algumas pitadas de amor.
É simplesmente
um problema de criatividade
de amar ou não amar.

Este foi talvez o ensinamento que tirei dos últimos dias desta semana…
Foram dias mais calmos em que, depois de chegar do trabalho, me encontrei várias e repetidas vezes sozinho com as minhas coisas, com os meus textos e com os meus livrinhos. Estava a precisar, eu sei, porque me sentia mais cansado, porque o fim-de-semana anterior foi só de um dia e porque pareceu que a semana se foi estendendo e estendendo por mais tempo. Mas gosto mais de aproveitar os finais dos dias com actividades, com encontros, com algo que os ajude a ter ainda mais valor e lhes dê ainda mais sentido. Um sentido novo e diferente do que teve o dia anterior. Mais um motivo e uma força para continuar a lutar por aquilo que nos comanda a vida.
Mas isso nem sempre se torna possível e é nos dias em que paramos mais um pouco que temos também mais tempo para pensar, até naquilo que, por vezes, não deveríamos. Damos a volta ao mundo em pensamentos. Pensamos no que mais ninguém se lembrou de pensar. Pensamos no que toda a gente acaba por pensar. Pensamos na vida, no seu sentido, nas relações, naquilo que mais nos completa e nos faz sorrir, e naquilo que nos falta preencher e que nos pesa. Lembramo-nos, relembramo-nos, revivemos, recapitulamos, sistematizamos, consideramos, ponderamos, reflectimos, magicamos… O que às tantas acontece é que, entre tantos pensamentos e espaço para pensar, acabamos por sentir os dias mais pesados, aborrecidos, repetitivos e monótonos. Acho que é por isso que a maioria das pessoas gosta de ver televisão. Nessas alturas apetece-nos espairecer, rir e contar umas piadas. Apetece-nos sair e descontrair. Mas nem podemos fugir muito. Esses momentos acabam sempre por existir, mais cedo ou mais tarde, chegam e ocupam-nos, por vezes, com um vazio.
O que me contenta é que mesmo desses momentos mais monótonos e sem cor, conseguimos aproveitar tanta coisa boa. Mesmo quando nos formam um vazio, muitas vezes percebemos, mais tarde, que esse vazio se torna importante e necessário para impulsionar uma vontade de mudar. De mudar aquilo que nos faz sentir apenas uma metade. Outras vezes podemos aproveita-los para fazer algo diferente. Para preparar uma surpresa para as pessoas em que acabamos por pensar ou por mandar uma mensagem ou fazer um telefonema mais sentido e especial. E de repente, esses momentos podem transformar-se em momentos diferentes e únicos, que transformam os dias acabando por lhes dar aquele sentido que os torna diferentes dos anteriores e que dá mais força para continuar.
Porque é assim que todos os momentos monótonos e sem cor acabam. Com motivos que os fazem esquecer e que ajudam a colorir novos momentos apenas com cores vivas. E quando falo em cores vivas, falo daquilo que nos faz sorrir. Falo de poesia, de música, de amor. É simplesmente um problema de criatividade, de não ficar parado mesmo quando parece que as cores se começam a esbater. É simplesmente um problema de amar ou não amar. Porque quem ama, acredita e transforma.

[Eu também acabei por colorir os meus momentos monótonos. Obrigado aos anjinhos que, por existirem, me vão ajudando =)]

terça-feira, outubro 18, 2005

As coisas que nos fazem viver

Medicina, direito, gestão e engenharia são nobres actividades necessárias à vida.
Mas a poesia, a beleza, o romance e o amor são as coisas que nos fazem viver.
Nos últimos dias, e na sequência de várias conversas que tive e de textos que li, tenho-me questionado um pouco sobre o sentido da vida. Ou melhor, sobre o sentido das nossas vidas cheias e atribuladas. Porque o que me faz questionar não é realmente o facto de não perceber o sentido que tem a vida, ou o sentido que lhe podemos conferir. Esse, para mim e felizmente, parece que se torna tantas vezes tão claro, tão certo e absoluto. Sempre que me sinto cheio, inteiro, completo e feliz. Aliás, é esse sentido que me faz sentir e saborear a vida como uma grande oportunidade de viver momentos inesquecíveis de sorrisos profundos que vêm ter connosco sempre que nos damos, sempre que nos entregamos. O que me faz questionar, é a forma como a nossa vida em sociedade nos afasta ou se afasta, tantas vezes, desse sentido. Parece-me tantas vezes que as pessoas andam tão fechadas em si próprias e nas suas coisas… E não estou a falar de feitios. Sempre houve pessoas mais reservadas do que outras, que se integram mais ou menos facilmente e que dão diferentes significados à forma de se estar em grupo, em conjunto. Estou a falar da forma como as pessoas se entregam para viver a vida e ao que se entregam. Ao facto de tantas vezes passarem os dias sem se lembrarem de esboçar um sorriso, sem se lembrarem de trocar uma palavra amiga com quem as rodeia, sem se lembrarem do que é a tolerância, o respeito, a partilha… Pessoas que só criticam, que só duvidam, que só competem, que são incapazes de dizer boa tarde antes de perguntarem por uma terceira pessoa da qual estão interessadas em saber uma informação, que são incapazes de passar um dia sem terem os próximos cinco anos planeados ao detalhe e que se tornam máquinas que circulam nas nossas cidades. Máquinas que trocam sorrisos sinceros por sorrisos superficiais, que trocam a amizade por relações cordiais, que vivem em busca de um futuro promissor, quando o futuro só depende daquilo que de bom construímos a cada dia que vivemos. Ser bom no que se faz e trabalhar com afinco e empenho, ter uma família e zelar com ela, não é impeditivo de ser humano, de estar e de respeitar, de sentir e de amar, mesmo com as vizinhanças, nas trocas de olhar e com as pessoas com que nos cruzamos por acasos. Mesmo nos contactos feitos por palavras simples e por instantes. Não é impeditivo de formar raízes! Por mais que toda a nossa vida atribulada passe pelas actividades nobres e essenciais que são os nossos empregos e os nossos deveres perante a sociedade, que nos dão também alegrias e realização se não forem extremados, ela só tem sentido se continuar a girar em torno do que nos liga a todos e que é universal para além do tempo, para além das eras. Do pobre ao rico, do santo ao pecador, do preto ao branco, dos civilizados aos mais ditos selvagens, dos velhos aos novos. Os sentimentos, o respeito, a amizade e o amor constantes! São eles que importam viver! O resto é apenas uma ocupação do tempo que nos permite fazer algo de específico e bem feito, em prol da nossa sociedade, para que possamos partilhar e usufruir todos da vocação de cada um. Este resto é só uma ferramenta. Deveria ser só uma forma de fortificar ainda mais o contacto entre as pessoas, de estabelecer relações e de nos unir mais na paz que todos queremos ter. Porque é que tantas pessoas fogem do que é visível? Parece que é preciso passarem por situações limite ou por momentos drásticos na vida para aprenderem a dar-lhe valor! Parece que é preciso chegarem a velhos! Mas porquê? Basta ouvir e olhar em volta. Todos os filmes dizem o mesmo! Todas as musicas, todos os livros, todos os corações que são escutados…

segunda-feira, outubro 17, 2005

When you wish upon a star

Por vezes acontece-nos ter fins de tarde menos bons.
Parece que se formam macaquinhos na nossa cabeça que não querem desaparecer!
E o que fazemos com eles?
É impossível fazer pudim de miolos de macaco!
Ainda para mais quando nem se é grande cozinheiro…

Por vezes acontece-nos ter fins de tarde menos bons
Em que nos preocupam e incomodam tantas coisas.
Preocupa-nos sentir que o tempo está a passar por nós sem o conseguirmos agarrar,
Incomoda-nos sentir um vazio cá dentro, misturado com recordações.
Por vezes, recordações até daquilo que nem chegou a existir…

Nós até sabemos que são sempre os sonhos que nos movem…
E que estes sentimentos são no fundo um sonho que temos guardado em nós
E que continuará a ser um grande objectivo que nos move.
Valeria a pena em vez deles ter-se algo pouco importante e superficial?
É melhor que, sempre que for, seja intenso e sentido!
Mas passamos tanto tempo a tentar compensar um amor que não existiu...

Temos de acreditar que ele aparece, não é?
É só disso que depende o facto de vir a aparecer…
Quanto mais nos fecharmos, menores se tornam as probabilidades!
Mas se nos abrirmos, tudo muda.
Mesmo que seja difícil,
Basta abrir o coração a tudo o que nos rodeia.
Se de momento não somos amados como gostamos
Temos é de amar os outros como gostávamos de ser amados
E fazer um pouco disso, a cada dia, com cada pessoa,
Aos poucos
Até aparecer alguém especial…

Mas, por vezes acontece-nos ter fins de tarde menos bons.
Outras vezes, o problema começa a não ser o ser amado pelos outros,
Mas sê-lo por nós próprios…
E passamos uns dias num ritmo frenético,
Até que chega aquele em que, simplesmente, nos sentimos cansados,
Sem força,
Sem paciência,
Sem nada,
Vazios,
Ocos,
Sem substância…

Por vezes acontece-nos ter fins de tarde menos bons.
Nós até sabemos que o truque é desviar os olhos destes pensamentos,
Destas manchas…
Pelo menos eu penso que sim.
Continuar a olhar para elas não as apaga!
Não é pedir para as esquecer,
Mas vê-las no meio de tudo o resto!

Contudo, por vezes acontece-nos ter fins de tarde menos bons.
Nem tudo parece sempre claro, não é?
Mas sabemos que as melhores coisas acontecem quando menos esperamos.
E é também por isso nos apoiamos nos nossos amigos,
Partilhamos as nossas angústias
E esboçamos sorrisos quando sentimos que eles nos tocam a alma.
Que estão sempre lá para nos ouvir quando queremos falar.
Temos tanto em nós e nos que nos rodeiam que nos pode fazer tão felizes, não é?
O destino espera por nós,
E os nossos sonhos...
Serão cada vez mais!

Nessas tardes, entretanto, a noite começa a chegar
E desejam-nos que tenhamos a paz que precisamos…
Olhamos pela janela e vemos as estrelas.
Falamos com elas e…
Por vezes acontece-nos ter fins de tarde que se tornam especiais.

Fazem acreditar que:

When you wish upon a star
Makes no difference who you are
Anything your heart desires
Will come to you

If your heart is in your dreams
No request is to extreme
When you wish upon a star
As dreamers do

Fate is kind
She brings to those who love
As sweet fullfillment of their secret drowns
Like a boat out of the blue
Fate steps in and see's you through

Moma when you wished upon a star
Your dreams come true

Fate is kind
She brings to those who love
As sweet fullfillment of their secret drowns
Like a boat out of the blue
Fate steps in and see's you through

Baby when you wish upon a star
Your dreams come true
When you wished upon a star
Makes no difference who you are
Your dreams come true
Louis Armstrong
When You Wish Upon A Star

[Obrigado Andreia e Sónia pelas palavras e pela amizade. Obrigado primo por teres partilhado momentos teus comigo que são tão parecidos com os que eu vivi hoje, ao meu jeito. Foi a partir das conversas com cada um de vocês que escrevi este texto hoje. Foi o que saiu, nem o reli. Mas também nem tudo é para reviver na nossa vida. O importante é guardar sempre as aprendizagens. =)]

domingo, outubro 16, 2005
















Hoje fui com o meu primo Pedro até São Martinho do porto ter com mais outros primos, tios e avós. Fomos para festejar o aniversário do Diogo e o dia foi, de facto, lindo! Não estava à espera de receber, também eu, presentes como os que recebi! Para além de termos estado todos juntos e bem dispostos, de termos de novo almoçado reunidos e dos sorrisos e dos abraços que estavam desde logo garantidos, passámos o fim da nossa manhã e uma parte da tarde na companhia duns animais que nos fascinam à maioria, os Cavalos. Pela sua beleza, pela sua rapidez e agilidade, pela sensação de liberdade que nos trazem e pela sua simpatia.
Mais uma vez tive a oportunidade de brincar um pouco em cima deles. É uma cumplicidade enorme que se estabelece. Nós confiamos neles e acariciamo-los, enquanto eles nos dão em troca uma sensação de tranquilidade e de contacto com o mais puro e belo que é a Natureza e a sua força. De início quis ter mais uma aula de volteio. É tão bom olhar para o céu enquanto os montamos; é tão bom quando nos deitamos em cima deles e ficamos a sentir os seus movimentos a massajar-nos as costas. É tão bom quando, mesmo de joelhos em cima deles, fechamos os olhos, abrimos os braços e nos temos de descontrair totalmente para que o nosso corpo acompanhe os seus movimentos e para que não nos desequilibremos. É como se tentássemos ser um só. É uma harmonia tão boa de se sentir…
De tarde fomos dar um passeio de cerca de uma hora pelos verdes prados. Íamos uns atrás dos outros. Cerca de 17 cavalos talvez. Nunca tinha feito um passeio assim em que tinha o cavalo, neste caso a égua, apenas nas minhas mãos. Foi uma experiência fantástica: pedir para que ela fizesse o que eu queria; não a deixar parar para comer quando lhe apetecia; trotar um pouco para apanhar o cavalo da frente quando sentia que se começava a afastar demais; ver os miúdos a apanhar maças das árvores em cima dos cavalos…
Até achei giro quando a Princesa [que era a égua em que fui passear] resolveu começar aos coices ao cavalo que foi atrás de nós na maior parte do caminho. Eheh! Já sou praticamente um verdadeiro cowboy! LOL =P
Foi LINDO! Obrigado pelo dia tia e avós!
E Parabéns ao Diogo! Os meus primos pequenos é que sim! São uns verdadeiros cavaleiros! Gostei muito de os ver saltar =)

sexta-feira, outubro 14, 2005


















Como vocês sabem, eu simplesmente adoro o Calvin e o humor dele. Acho fantástica a forma como ele vive no seu mundo de fantasia e de sonho, e fantástico o seu raciocínio inabalável.
Coloco estas tiras hoje porque, depois de uma das conversas que tive, dei por mim a pensar um pouco nas diferentes formas que existem de olharmos para o mundo. Nas diferentes formas como podemos interpretar os mesmos acontecimentos e nas formas como nos podemos posicionar e comportar diante deles.
O que eu nunca tinha pensado é que essas formas podem também depender da forma física como, para nós, o mundo se apresenta. Todos sabemos que há quem veja bem e quem veja mal, quem tenha de usar óculos por ter a vista cansada ou mesmo quem não tem a possibilidade de ver. E será que para todas essas pessoas tudo se apresenta da mesma forma? Será que todos temos a mesma noção das distâncias? Será que, por exemplo, todos vemos o azul da mesma cor? Ou apenas chamamos todos azul a diferentes cores que vemos, porque foi como nos ensinaram em pequenos quando, ao apontarem, nos diziam que era o nome da cor que víamos e que, no fundo, pode ser uma cor diferente…
Não devem estar a perceber o sentido deste texto, mas foi quase isso que me contaram esta tarde poder acontecer. Falaram-me duma forma diferente de percepcionar o mundo na sua forma física e de uma forma diferente de o interpretar que dela advém. Uma forma desvantajosa que faz com que esta dualidade entre num ciclo vicioso que pesa e desgasta quando se compara com o aparentemente normal, que faz desequilibrar até do ponto de vista psicológico…
Se calhar é uma barreira que funciona como se existisse uma outra dimensão. Uma dimensão que pode fazer com que as pessoas que o enxergam fisicamente de forma diferente nunca se encontrem completamente, tal como duas rectas paralelas que por mais que andem lado a lado, nunca se encontram.
Até que ponto nos distanciamos uns dos outros por isto? Até que ponto apenas nos rodeamos daqueles que vêm realmente a mesma cor azul que nós?

[Fiquei confuso, tal como o texto deve estar. Penso que qualquer um ficaria. Mas também faz parte! Só sei que não gosto de andar em linhas paralelas. =)]

quarta-feira, outubro 12, 2005















“O fruto do silêncio é a oração; o fruto da oração é a fé; o fruto da fé é o amor; o fruto do amor é o serviço; o fruto do serviço é a paz”

Madre Teresa de Calcutá

Hoje não pude deixar de colocar esta frase. Foi sobre ela que reflectimos ontem à noite quando estivemos todos juntos em grupo. Os 3Nós, mais uma vez e sempre. Sempre que se torna possível, sempre que conseguimos, sempre que expressamos a nossa vontade. É uma frase que tenho ouvido repetidas vezes em diversas ocasiões e que toma um significado especial, dia-a-dia. Foi primeiro relembrada pelo Bernardo, depois pela Mariana e durante o dia de hoje, por mim, enquanto ia pensando nos momentos que têm tornado os meus dias ainda mais especiais.
Não me perguntem bem porquê, embora eu pense que o sei. Não me perguntem porquê, porque vocês o sabem também. Mas senti vontade de colocar junto desta frase, a nossa última foto tirada em grupo. É por mais do que consigo explicar. A foto foi tirada no final da grande festa da Mariana que tanto tem dado que falar.
Rodeado de vocês [dos que estão e que não estão na foto] sinto que consigo ter os momentos de silêncio que me levam convosco à oração, que fortalecem a nossa fé, que nos faz acreditar no verdadeiro amor que nos dá força para olharmos o mundo mais para fora de nós, do que para nós mesmos, de forma a que consigamos sentir perante a vida a mesma tranquilidade e segurança que sentimos sempre que estamos juntos. Esta paz…
Gosto muito, muito de vocês!
De ti Tó, Tu, Dri, Mariana, Sónia, Maria, Mercêdes, Nuno, Anita, Silvestre, Joana, Paulo, Dora, Bernardo e Mana.
Vocês são os Nós mais fortes e presentes, que não apertam, mas que ajudam cada dia a querer continuar com mais força, a gritar mais alto, e a sonhar. A sonhar com todas as cores com que sonhar é possível! =)

[Apeteceu-me muito dizer isto agora. Talvez seja o reflexo das conversas das últimas noites. Dos jantares, das partilhas… Talvez seja só mais uma das minhas lamechices a que já estão habituados. É o que sinto! É o que sinto! Obrigado!]

terça-feira, outubro 11, 2005

A mancha

"Um professor de filosofia subiu à sua cátedra e, antes de iniciar a aula, tirou da sua pasta uma grande folha branca com uma pequena mancha de tinta no centro.
Dirigiu-se aos alunos e perguntou-lhes:
- O que é que vedes aqui?
- Uma mancha de tinta - respondeu um.
- Certo - continuou o professor. Assim somos nós, os homens. Somos capazes de ver as manchas, mesmo as mais pequenas, e não vemos a grande e magnífica folha branca que é a vida."
Coloco este texto hoje a propósito de uma conversa que surgiu no fim-de-semana.
Coloco-o porque reconheço que, por vezes, é mais fácil reparar na mancha quando olhamos para a folha, mas também porque acho que isso acontece porque é frequente nos acostumarmos com a presença da folha. E acostumamo-nos, banalizamo-la, deixando de lhe dar valor, deixando de reparar na sua brancura. Passamos a não conseguir desviar os olhos da mancha, mesmo tendo tanto mais espaço para pintar com tantas outras cores, para escrever tantas novas palavras e para criar tantas histórias…
E é por isso que por vezes temos de relembrar que há mais para além da mancha. É por isso que são para nós importantes as pessoas que nos fazem alargar o campo de visão.
Tal como na nossa vida. É o que mesmo que acontece com os nossos problemas. Deixamos de conseguir deixar de lhes dar atenção, ou de conseguir não lhes dar mais atenção do que merecem. E quando surgem, é como se nos encandeassem de uma forma que nem a luz do sol encandeia. Parece que nos ofuscam e nos fazem fechar os olhos a tudo o que continua a sorrir à nossa volta.
É nessas alturas que temos de nos relembrar daquilo com que nos vamos acostumando e que cai no esquecimento. Com as coisas bonitas que nos rodeiam, com as coisas simples que nos dão prazer e que são tantas, tantas! É nessas alturas que é tão bom relembrar os momentos que já passaram, mas que nos fazem também ter raízes fortes para permanecer erguidos. É bom relembrar as fotografias que tirámos com os nossos amigos, recordar os locais que visitámos, voltar a ouvir as músicas que passaram a fazer parte dos nossos momentos e que nos fazem voltar a sonhar logo que começam a tocar. Acima de tudo, é bom sentir que temos amigos que estão sempre presentes, que nos fazem sorrir profundamente e que continuam. Que persistem para além do tempo, para além dos acontecimentos. Acima de tudo, o importante é nunca esquecer isso! É nunca esquecer que o que nos pode fazer felizes é o que vamos construindo!
E tal como escrevi no fim-de-semana a um grande amigo, digo-vos que nos últimos tempos, várias vezes me aconteceu pensar o quanto me acho feliz: quando estou com vocês; quando revejo as nossas fotos ao som de uma música boa; quando penso nas oportunidades todas que tenho! E são tantas e torna-se tudo tão perfeito quando acreditamos nelas como nós acreditamos! É verdade que há coisas que poderiam existir e fazer-nos ainda mais cheios, mas são também essas coisas que nos fazem continuar.
Porque são sempre os sonhos que nos movem…

[Fiquei muito contente quando reparei que ficas-te bem depois. É normal existirem momentos assim, em que estamos mais frágeis, mas isso passa logo que olhamos em volta com o coração aberto. Nós somos jovens dinâmicos!]

segunda-feira, outubro 10, 2005















E como o prometido é devido, cá estou eu, a Mariana e o Paulo! A mais recente aniversariante do grupo de jovens e o mais recente convidado à ultima hora e não aparecido membro do grupo de jovens. O que vale é que haverá muito mais festas lindas como esta última e a falta foi justificada! =)
Beijinhos e Abraços!


















Domingo foi um dia agitado e especial!
Agitado, porque foi o domingo da venda do inigualável jornal "O Mundo de Jesus" feito pelo meu grupo de jovens, não menos inigualável, 3Nós.
Especial, porque foi o dia de anos de uma grande amiga Nó, a Mariana, que comemorou os seus jovens 23 anos!
Como não podia deixar de ser, estivemos todos juntos para festejar com ela o seu aniversário, numa pequena festa que eu adorei! Foi um jantar cheio de sorrisos, risos e de disparates. Gostei particularmente quando a Mercedes de besuntou toda de molhos à volta da boca e quando a Maria não conseguiu conter o riso e expeliu, literalmente, pela boca e pelo nariz, toda a Pepsi que estava a beber [Maria, como é que consegues que seja tanta?] para cima da Rita que esteve entre Nós esta noite e que finalmente pude conhecer melhor. Só me lembro de ver gotas de Pepsi a deslocarem-se a toda a velocidade dos orifícios faciais da Maria em direcção à Rita que, sem sucesso, se tentou defender colocando as mãos à frente do corpo. Espalhou-se Pepsi por todo o lado. Os pratos ficaram inundados e acho que até a parede do restaurante no outro lado da mesa ficou salpicada! Temos de fazer um concurso Maria! Tu ganhas de certeza! Aquelas gotas de Pepsi pareciam balas! Acho que já desde os Açores que não tinha um ataque de riso assim tão, tão forte. Foi brutal!
E a noite foi avançando até ao tão esperado momento da entrega da prenda. Mais uma prenda criada com toda a nossa dedicação e que ficou fenomenal. Um espelho, fotos nossas a preto e branco, uma frase sentida e "voit là": sorrisos profundos a marcar mais esta festa inesquecível.
Mariana! Obrigado pela tua amizade e dedicação! Obrigado pelas brincadeiras e por tantos momentos também de contemplação. Muitos Parabéns pelo dia e pela pessoa que tu sabes ser!
E tal como diz o espelho: “Pessoas Bonitas… Têm amigos Bonitos!”. É como na foto que coloco onde nos tens a Nós, para ti, no espelho que te oferecemos! Sempre ao pé de ti!
Beijos!

sábado, outubro 08, 2005












Dia 8 iniciou mais um ano de catequese!
Já estava com saudades daquele nosso encontro todos os sábados de manhã, da preparação dos temas de conversa, dos nossos meninos lindos e cheios de energia e até de ter de estar a pedir constantemente para que eles se portem como deve ser... =)
Estava com saudades de os ver dirigir sorridentes para mim e para o Tó, para nos virem cumprimentar junto dos seus pais, e com saudades de lhes perguntar como tinha sido a semana. =)
Neste primeiro reencontro, estiveram apenas 7 meninos. Estivemos a contar o que de mais giro tínhamos feito nas nossas férias de verão e a falar do nome do catecismo deste ano: “Estou com Jesus!”. =)
Todos disseram que queriam aprender mais, que queriam continuar a ouvir falar de Jesus e que já tinham saudades da catequese! Estão a imaginar os catequistas babados que nós ficámos? Eheh! Mesmo depois da maioria ter confessado que se esqueceu de rezar uma vez que seja durante todas as férias. Aimm… =)
É claro que eles estavam, para não variar, com a energia toda e que conseguiram não parar realmente quietos durante um segundo. É também claro que antes do final tivemos de dizer que este ano vai ter de ser diferente e que eles já estão grandes para se portarem a toda a hora como meninos pequeninos. Mas, como sabemos, a brincadeira faz parte, e é indispensável, na aprendizagem… Dá-me uma alegria enorme ver que são todos crianças normais e brincalhonas com vontade de aprender mais um pouco, passo a passo…Dá-me uma alegria enorme pensar que vou poder vê-los crescer, em tamanho, e aos poucos, como pessoas… =)
E que este novo ano nos traga pelo menos tantos sorrisos como o anterior! Nós, estamos cá de mangas arregaçadas e a aprender aos poucos também. =)

[Fiquei muito, muito contente por ver também entre nós a Sónia! A mais nova catequista, a seguir a mim, no nosso grupo de jovens 3Nós! Parece que tudo fica ainda mais completo e que nos fortalece ainda mais enquanto grupo. Acho que acontece tanto mais quanto mais coisas partilhamos… =) Depois da catequese e da grande aventura em volta do meu carro que resolveu ficar sem bateria, coitadinho, ainda fui comemorar com o Tó, a Joaninha e a Mer. Foi lindo o nosso almoço! Obrigado!]

sexta-feira, outubro 07, 2005

1/3

E depois do terço...
... um texto que me toca e que foi escrito para poder recordar, sempre!

"Era para ser um presente dado em terras insulares...
Era para ser um presente dado antes... ou logo depois dos exames...
Era para ser um presente dado... e foi um presente merecido... apesar de ter sido depois da “grande tampa” :P
Finalmente, um terço!
As cores já se tinham escolhido a elas mesmas... AZUL. Escuro, por exemplo.
Azul, do Mar que me deste a conhecer, Azul dos Sonhos, Azul da Força, Azul do teu Mundo... Pequeno Rapaz Azul!
É com esse mundo na ponta dos dedos que te peço que toques o mundo dos outros... e que a cada Ave-Maria, transformada em pequenos planetazinhos azuis prontos a descobrir, rezes mais um mistério: o Mistério da Vida, o Mistério do Amor, e o Mistério da Paixão.
Colorido a duas cores, um terço até um pouco pueril... como essa tua cara de criança grande, que traz por trás, e de certo, a força de um adulto, com sonhos e aspirações que já nem as crianças têm! E mesmo o teu sorriso mais tonto e maroto surge como as contas de fimo que não são azuis, mas fosforescentes (vivam os electrões excitados!:P Aprendi bem a lição!), e que apenas lá estão a brilhar no escuro, para te lembrar que antes e depois de cada uma existe mais uma conta... AZUL! Como o teu planeta, ó Pequeno Rapaz Azul! Como este teu planeta que é o blog... azul, sempre azul...
E se mudássemos a côr da Esperança? Esperança num mundo melhor… essa esperança também ela AZUL!... já que a cor verde pouco nos traz :S…
Gostei de ter feito, gostei de ter dado, gostei que tivesses gostado…
***"

quinta-feira, outubro 06, 2005















… Tínhamo-nos encontrado a seguir ao trabalho para falarmos sobre uma das nossas conversas agendadas. Uma das muitas que vamos acumulando. Acabámos por ir para a Fnac beber um chazinho e foi lá que ficámos sentados a conversar enquanto o tempo ia passando calmamente. Já sabia que havia um certo mistério no ar e que a mala dela tinha algo que eu não podia ver. Uma surpresa que só mais tarde fiquei a saber o que era. Algo que eu não tinha, porque sempre pensei que teria mais valor um que um dia se lembrassem de me oferecer. Pelo carinho com que haveria de ser dado. Recebe-lo torná-lo-ia mais especial. Nunca pensei foi que fosse assim tão especial e que me fosse dado naquela noite, quando menos o esperava receber. A Joaninha deu-me um terço feito por ela própria! Um terço na cor que ela acha que mais se associa a mim: o azul. Um terço que brilha no escuro e que à noite me volta a lembrar que nunca estou só. Um terço em que as contas do Pai-Nosso são pequenos Mundos Azuis. Os Mundos Azuis com que passo a vida a sonhar...

Acho que conseguem imaginar o quanto eu gostei da surpresa, do presente, do gesto, de tudo o que está por trás dele. Esta partilha que é tão grande e profunda. Adorei!
São pequenos gestos que se tornam grandes; são sorrisos profundos!
Obrigado Joana! Obrigado!
Obrigado porque é pensando em ti, nos nossos amigos, e nas nossas famílias, que posso entender Deus.
Tens lugar cativo no meu coração! =)

quarta-feira, outubro 05, 2005















Dia 5 é o dia de anos da minha avó! Na realidade é por isso que é feriado! Ou pelo menos devia ser. =P
Um dia para festejar a vida de quem faz dela um instrumento tão belo. Um instrumento para tornar um pouco melhor o dia dos outros no voluntariado, sem querer receber nada de volta. Uma entrega que é feita sem precisar de holofotes, sem pôr o dedo no ar. Um caminho feito segundos princípios nobres e bonitos, com força e luta. Uma vida partilhada com a família, os amigos e os velhotes. Muitas lembranças e recordações doces. Muitos sorrisos guardados junto do coração…
Uma grande energia, uma forma de pensar com que tantas vezes me identifico, uma artista que transforma o barro em figuras que parece que a qualquer momento podem tomar vida e andar…
Uma pessoa cheia de fé e amor! Um orgulho!

terça-feira, outubro 04, 2005



















Penso que já faz 14 ou 15 anos, se não mais, que comemoro todos os anos o dia 4 de Outubro de uma forma especial. É para mim um dia cheio de diferentes significados: o dia de anos do meu grande amigo Bernardo; o dia de São Francisco de Assis e o dia mundial dos animais.
Quando era pequeno comemorava-o de uma forma diferente da actual, um pouco por tradição talvez. Andava num colégio de frades Franciscanos e costumávamos juntar todo o colégio numa celebração, ou a ver um filme sobre a vida de São Francisco que acho que acabei por ver mais de cinco vezes. Tínhamos também menos aulas e muito mais actividades desportivas. Era uma forma engraçada e saudável de festejar.
Acho que surgiu nesses dias a admiração que sempre tive por este Francisco. Nunca por imposição, longe disso, mas precisamente pela coragem e ousadia que ele teve em ser diferente. Diferente de uma forma fechada de estar no mundo, diferente de uma forma materialista de o olhar, diferente de uma sede de poder que não se justifica. Admiro a forma como se despojou de tudo o que tinha, por algo que merece muito mais atenção e que tem muito mais valor. Algo que não se aprende em livros, nem numa graduação ou pós-graduação, nem em negócios ou estratagemas; algo que o envolve a ele, a mim e a ti: o valor das pessoas e das relações, a noção de respeito e de partilha, a vontade de querer ser melhor com os outros e não sobre os outros. Na saúde e da doença. Porque tudo só tem cada vez mais sentido nos nossos dias porque não estamos sós, porque temos quem nos ama, quem nos olha, quem nos rodeia…
E tudo isto tinha São Francisco na sua simplicidade. A simplicidade de quem consegue chamar irmão ao sol, à relva e a todos os animais. A simplicidade de quem consegue olhar o mundo como um todo. Uma vida numa pobreza de abdicação ao prescindível, mais do que uma renúncia material; uma vida em pureza ou sintonia em relação ao que nos rodeia; uma vida de obediência ao que diz o coração, e não uma vida em conformação.
E é por ele também que este dia é o dia mundial dos animais. É também por ele que criámos o hábito de fazermos presépios no Natal!
Hoje em dia, esta admiração que sinto é mais forte do que quando era miúdo, claro. Penso que se percebe nas minhas palavras. Não penso demais nela, mas sinto-a. Consigo dar mais valor às histórias que ouvi contar, ao mesmo tempo que conheço melhor o seu caminho e consigo fazer uma interpretação dos seus passos mais consistente e útil para mim. Foi decerto uma grande pessoa: arrojada e com um enorme coração.
E é com esta certeza que comemoro este dia actualmente. Uma certeza que penso que partilho com o meu amigo que é um outro grande motivo de comemoração, o Bernardo. Ele foi uma das pessoas que mais me deu a conhecer este senhor a quem hoje chamamos de santo e, por coincidência, ou não, comemora o seu aniversário neste dia. Tem sido também entre nós, com a sua alegria, força e simplicidade, um pouco do exemplo que São Francisco, definitivamente, é. Sempre com uma palavra amiga e de incentivo, sempre inspirado e também brincalhão, marca também a diferença entre nós, pela forma como nos cativa e nos ilumina. Um amigo feliz e que nos faz também mais felizes e cheios.
Como tem acontecido todos os últimos anos, mais uma vez nos juntámos todos com ele para festejar, não esquecendo de recordar um pouco o nosso amigo Francisco. Desta vez a festa começou no seminário e continuou ao pé do Tejo, numa noite calma e tranquila, com todos animados a comer, a cantar e a brincar. Foi uma noite linda, cheia de uma coisa essencial: a amizade que sentimos entre Nós!
As prendas que oferecemos também ficaram lindas. Adorei sentir a reacção dele. Mais uma vez valeu a pena dormir apenas umas 4 horitas na noite anterior!
Quando o que nos move é o bem-querer e a dedicação a quem gostamos, os nossos pequenos esforços nunca são em vão. De certeza que faziam muito mais por nós! =)

Paz e Bem!

[Bernas! Tu rasgas-nos todos! Adorei a festa e adorei que tivesses adorado as prendas! Grande Abraço!]

segunda-feira, outubro 03, 2005

Um poema simples

O fim-de-semana passado foi de longe mais calmo que os anteriores, mas não foi menos importante. Acho que deu tempo para pensar e para organizar algumas ideias entre visitas boas, leituras e fotos…
Numa das visitas que tive cá em casa, pedi a uma grande amiga para que escolhesse uma frase ou um poema que gostasse numa agenda que tenho guardada desde 1999, altura em que formámos o nosso grupo de jovens. Ela escolheu um poema simples, bonito e que diz tanto. Acho que transmite algo que nós sentimos forte cá dentro. Fala de três certezas: da existência das estrelas, do cheiro fresco do pão e de que a vida é bela. Porque ter esperança, é continuar a sonhar…
Em toda a noite limpa
há uma estrela,
em toda a terra mansa
um cheiro a pão,
em cada amanhecer
a vida é bela,
se houver alguma esperança
a animar o coração.
E quem é que de nós deixou de sonhar?

sábado, outubro 01, 2005












Hoje tive a oportunidade de ler um conto que já há algum tempo andava com vontade de conhecer. O conto chama-se “O Carocho-pirilampo que tinha medo de voar”, foi escrito pela Mafalda Veiga e, como sabem, deu origem à minha viagem na maionese preferida.
Claro que as viagens na maionese são só brincadeiras tontas. Gosto de as ouvir porque sou tonto também e porque me fazem rir um pouco quando vou de manhã para o trabalho, antes de chegar à marginal, enquanto ainda não vou a olhar o mar. É bom ir logo de manhã no carro a rir. Não ir com o stress que parece que algumas pessoas já vão, mal acabaram de acordar. Pode haver por vezes um pouco mais de trânsito, mas não é nada que possamos mudar. Por isso, nada melhor do que rir, ouvir música, pensar e relaxar.
E pensar, foi o que me fez fazer o conto quando o li. Tal como da viagem na maionese, também gostei. Mas o conto não me fez rir. Fez-me antes, sorrir. O conto, como o nome nos diz, fala sobre um pequeno carocho-pirilampo que tinha medo de voar. Esse carocho, vive nos sonhos de um pequeno rapaz que o queria ajudar. Os sonhos, que são o nosso mundo no escuro de fechar os olhos.
Eu explico! A Mafalda Veiga dedica o conto, no início do livro, ao seu filho “que, uma vez, numa conversa de antes de adormecer, me ensinou que há dois escuros: o escuro do quarto à noite e o escuro de fechar os olhos onde somos reis do nosso mundo e podemos torná-lo mais feliz e melhor”. Ou seja:

“Se fechares os olhos vês. Porque não é neste escuro do quarto à noite, é no outro escuro. […] São dois lugares diferentes. Às vezes são mesmo dois planetas diferentes porque neste último podes inventar o que quiseres, mesmo coisas que parecem impossíveis”.
No conto, o menino aprende que o que vê no escuro de olhos fechados é fruto da imaginação dele e que só depende dele sonhar mais alto e tornar possível mesmo o que parece mais difícil:

“Os sonhos são como comboiozinhos de nuvens, passam e às vezes param na cabeça de um menino e deixam lá uma história. Mas essa história é tua, inventada por ti. Tu até sabes que o carocho tem medo de voar, e ninguém te disse! Foste tu que me inventaste no teu sonho. A mim e ao carocho-pirilampo com medo de alturas”.
E o mesmo se passa quando crescemos e passamos a interagir com o resto do mundo. Existe o escuro do mundo, onde sabemos que existe tanta coisa mal feita e triste, e do qual é natural que tenhamos medo, e existe, na mesma, o escuro de fechar os olhos. Este último, é um escuro que esconde milhões que estrelas que são os nossos sonhos e os nossos objectivos, onde nós somos reis. Onde somos nós que decidimos até quando duram, até quando queremos continuar a lutar para os tornar possíveis. Por vezes é difícil, tal como foi difícil para o menino imaginar o frágil carocho-pirilampo voar. Mas cabe-nos a nós, quando queremos muito, encontrar forças para lutar, arranjar planos para o conseguir e, acima de tudo, Acreditar! Além disso, é só olhar com atenção em volta, que temos sempre uma ajuda, uma mão amiga com quem podemos contar. Foi também com ajuda que o menino conseguiu fazer o carocho-pirilampo voar:

“E o velho chapéu de palha desfez-se em mil pequenos pirilampos que se espalharam pelo ar a iluminar o mundo inteiro. Quer dizer, o sonho inteiro…”
E sabem o que acontece quando de ilumina um sonho inteiro? Sentimo-nos ainda mais felizes!

[E não! O carocho-pirilampo nunca se vai chegar a esborrachar no meio do chão! Se se continuar sempre a ter fé e a acreditar, mesmo que seja usando um outro plano, haverá sempre uma lufada de ar fresco que fará, pelo menos, o carocho planar… Porque é sempre pelo sonho que continuamos! Na foto, imaginem que a luz do cimo é uma luz de presença que nos impede de ficar no escuro do quarto ou do mundo e que os dois pontos luminosos, são as antenas luminosas do carocho-pirilampo que o menino vê no escuro de olhos fechados… =)]