terça-feira, outubro 11, 2005

A mancha

"Um professor de filosofia subiu à sua cátedra e, antes de iniciar a aula, tirou da sua pasta uma grande folha branca com uma pequena mancha de tinta no centro.
Dirigiu-se aos alunos e perguntou-lhes:
- O que é que vedes aqui?
- Uma mancha de tinta - respondeu um.
- Certo - continuou o professor. Assim somos nós, os homens. Somos capazes de ver as manchas, mesmo as mais pequenas, e não vemos a grande e magnífica folha branca que é a vida."
Coloco este texto hoje a propósito de uma conversa que surgiu no fim-de-semana.
Coloco-o porque reconheço que, por vezes, é mais fácil reparar na mancha quando olhamos para a folha, mas também porque acho que isso acontece porque é frequente nos acostumarmos com a presença da folha. E acostumamo-nos, banalizamo-la, deixando de lhe dar valor, deixando de reparar na sua brancura. Passamos a não conseguir desviar os olhos da mancha, mesmo tendo tanto mais espaço para pintar com tantas outras cores, para escrever tantas novas palavras e para criar tantas histórias…
E é por isso que por vezes temos de relembrar que há mais para além da mancha. É por isso que são para nós importantes as pessoas que nos fazem alargar o campo de visão.
Tal como na nossa vida. É o que mesmo que acontece com os nossos problemas. Deixamos de conseguir deixar de lhes dar atenção, ou de conseguir não lhes dar mais atenção do que merecem. E quando surgem, é como se nos encandeassem de uma forma que nem a luz do sol encandeia. Parece que nos ofuscam e nos fazem fechar os olhos a tudo o que continua a sorrir à nossa volta.
É nessas alturas que temos de nos relembrar daquilo com que nos vamos acostumando e que cai no esquecimento. Com as coisas bonitas que nos rodeiam, com as coisas simples que nos dão prazer e que são tantas, tantas! É nessas alturas que é tão bom relembrar os momentos que já passaram, mas que nos fazem também ter raízes fortes para permanecer erguidos. É bom relembrar as fotografias que tirámos com os nossos amigos, recordar os locais que visitámos, voltar a ouvir as músicas que passaram a fazer parte dos nossos momentos e que nos fazem voltar a sonhar logo que começam a tocar. Acima de tudo, é bom sentir que temos amigos que estão sempre presentes, que nos fazem sorrir profundamente e que continuam. Que persistem para além do tempo, para além dos acontecimentos. Acima de tudo, o importante é nunca esquecer isso! É nunca esquecer que o que nos pode fazer felizes é o que vamos construindo!
E tal como escrevi no fim-de-semana a um grande amigo, digo-vos que nos últimos tempos, várias vezes me aconteceu pensar o quanto me acho feliz: quando estou com vocês; quando revejo as nossas fotos ao som de uma música boa; quando penso nas oportunidades todas que tenho! E são tantas e torna-se tudo tão perfeito quando acreditamos nelas como nós acreditamos! É verdade que há coisas que poderiam existir e fazer-nos ainda mais cheios, mas são também essas coisas que nos fazem continuar.
Porque são sempre os sonhos que nos movem…

[Fiquei muito contente quando reparei que ficas-te bem depois. É normal existirem momentos assim, em que estamos mais frágeis, mas isso passa logo que olhamos em volta com o coração aberto. Nós somos jovens dinâmicos!]

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Olá amigo,
quero primeiro agradecer pelas fotos minhas e do paulo q puseste numa mensagem só p nós. Ainda assim percebo, q amigas c esta cara é melhor mm guardá-las no coração, pq n merece a pena mostrá-las...
Se soubesses como são reconfortantes as palavras q escreves. Sinto-me sp mais feliz qdo, antes de me deitar, venho ver o teu blogg e encontro estes textos lindos cheios de amor e de esperança. Ainda q às vezes seja tão difícil continuar... :)
Um beijinho grande,
Mari

P.S - Amigo Paulo, n fiquei mto convencida c a tua explicação. Mas se te quiseres redimir podes sp contar o q quer dizer VH1 ;)

11:03 da tarde  

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