sábado, janeiro 21, 2006

Seremos cúmplices…

Amizade, afeição, intimidade, segurança, ousadia, confiança, coragem, ternura, carinho, amor, cumplicidade?

A noite vem às vezes tão perdida
e quase nada parece bater certo
há qualquer coisa em nós inquieta e ferida
e tudo que era fundo fica perto

nem sempre o chão da alma é seguro
nem sempre o tempo cura qualquer dor
e o sabor a fim do mar que vem do escuro
é tantas vezes o que resta do calor

se fosse a tua pele
se tu fosses o meu caminho
se nenhum de nós se sentisse nunca sozinho

trocamos as palavras mais escondidas
que só a noite arranca sem doer
seremos cúmplices o resto da vida
ou talvez só até amanhecer
fica tão fácil entregar a alma
a quem nos traga um sopro do deserto
olhar onde a distância nunca acalma
esperando o que vier de peito aberto

se fosse a tua pele
se tu fosses o meu caminho
se nenhum de nós se sentisse nunca sozinho

se fosse a tua pele
se tu fosses o meu caminho
se nenhum de nós se sentisse nunca sozinho.

Mafalda Veiga
Cúmplices

Mais uma vez, uma música que parece que foi escrita para mim, para explicar o que sinto. Uma música que fala de dúvidas, de sentimentos, de trocas, de cumplicidade e de uma noite que traz tranquilidade como o mar. Uma música que desta vez foi a mim que me marcou quando a ouvi, por coincidência ou não, a tocar.
Uma tranquilidade inquietante…
Hoje é a mim que me faz lembrar e relembrar…

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Penso que "tranquilidade inquietante" é uma boa descrição... como o mar! Tanto nos tranquiliza e enche o olhar, como nos desafia, nos mete medo ou entusiama a nele mergulharmos... Mas, às vezes, sabemos que corremos riscos. E nem sempre é fácil analisar se esses riscos valem ou não a pena serem (per)corridos. Por outro lado, o medo de se perder algo, mostra algum afecto e respeito... tem medo de perder quem gosta muito, quem ama. Por isso, às vezes molhamos só os pés, outras vezes arriscamo-nos a um mergulho mais (pro)fundo, e outras vamos mesmo até onde não temos pé. Saberemos nós nadar, então?? Ou será que nos arrependemos no mesmo instante do mergulho, porque será uma água mais fria do que suportaríamos? Mas será que nos mantermos alheios a ele, sem lhe sentirmos o sal, será justo para com o que nos está reservado? Ficarmos sem saber se seria um mergulho morno em que nos sabe bem permanecer, e descobrir as maravilhas que o mar nos reserva?
É por isso que o mar é imenso e uma onda nunca é igual a outra... para termos a esperança e capacidade de o olharmos, e de reavermos a tranquilidade...
Mas só os mais corajosos navegaram... ou então os que não tinham nada a perder!
"Seremos cúmplices o resto da vida" e por todos os "amanheceres"...

12:11 da manhã  
Blogger Tiago Krug said...

Olá Bélita! Finalmente um comment! =P
Estou a ver que estavas inspirada...
O mar, o mar... Impossível imaginarmos o que ele nos reserva...
Fico apenas com a certeza de que me inspira e de que não me canso de o contemplar.
Tal e qual como o amor!...
Beijos

10:43 da manhã  

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