quarta-feira, setembro 14, 2005

Felicidade

Um velho gato viu um gatito que corria atrás da sua própria cauda e perguntou:
- Porque corres atrás da tua cauda dessa maneira?
- Ouvi dizer que para um gato – respondeu o gatito – a melhor coisa do mundo é a felicidade e que a felicidade está na minha cauda. Por isso corro atrás dela, pois quando a apanhar terei a felicidade.
- Meu filho – comentou o velho gato – eu também me preocupei com atenção com os problemas transcendentes. E também concluí que a felicidade está na minha cauda, mas descobri que, cada vez que procuro apanhá-la, ela se me escapa, enquanto que, quando faço outra coisa, ela segue para onde eu vou.
Wayne Dier
Este pequeno texto que deixo hoje começou por ser apenas mais um daqueles que leio quando, por vezes, abro pequenos livrinhos que tenho para me encontrar com frases, poemas ou histórias que me ajudem a fazer perceber o que se passa dentro de mim. Frases, poemas ou histórias com que me identifique, que sinto que fazem sentido e que penso que dão forma aos meus pensamentos tantas vezes confusos e dispersos. E foi isso que senti esta semana com esta pequena história.
Ao lê-la, concordei como o que o velho gato comentou. Concordei de tantas maneiras; aplicado a tantas situações. Quando há pessoas que sentem que a única maneira de serem felizes é a viver a vida a saltar e a rir, sem ligarem tanto aos sentimentos ou mesmo sem lhes conseguir ligar. Ou quando há pessoas que não sabem se devem parar para pensar, para avaliar as suas atitudes ou para procurarem entender aquilo que sentem. Quando pensam que talvez não seja importante dar valor ao que ouvem quando fecham os olhos, quando se perdem nos seus pensamentos…
Pois eu acho que devemos sim dar sempre importância ao que sentimos. Acho que devemos parar o tempo que for necessário; acho que devemos conversar e esperar pelas respostas sempre que precisamos, sempre que sentimos necessidade de as ouvir. Não vejo essa pausa como momentos gastos em que poderíamos saltar mais e rir mais. Acho que o que nos faz felizes são os sorrisos que conseguem ser profundos. Eles podem ser profundos de muitas formas. Podem ser profundos por nascerem de momentos de alegria e excitação, de momentos de partilha e amizade, e também de momentos que nos levam a crescer e a sentirmo-nos mais fortes e melhores connosco e com os outros.
É por isso que não temos de estar a toda a hora a correr atrás da felicidade. Se soubermos parar entre os saltos e os risos, podemos tornar os saltos em passos seguros e fazer dos risos, sorrisos profundos. Nós seguimos, e ela vem sempre atrás de nós, passo a passo, enquanto damos valor àquilo que os olhos não conseguem ver e enquanto deixamos os olhos verem primeiro aquilo que é mais simples ao nosso redor. Dessa forma, acho que conseguimos senti-la, mesmo nas alturas em que parece que tudo é um pouco mais difícil…

[Entre algumas paragens que fiz esta semana, saltei muito e ri muito. Relembrei também muitas e muitas fotos que me fazem sentir completamente cheio, a transbordar sorrisos. Por isso, pedi uma ajudinha e coloquei no meu nick do Messenger uma nova expressão: “Hic ibo esse felix!”. Para quem não entende Latim, como eu, significa: “Aqui irei ser feliz”. Um “aqui” com sentido de espaço e de tempo. =)]

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

tiago!
já me tinhas lido esta história...e realmente a felicidade anda connosco! sempre! menos quando andamos à procura dela! Temos tudo o que precisamos para sermos felizes....TUDO! è preciso é descontrair e ir vivendo todos os dias como se fossem o último!( quem sabe o que acontece amanhã???)
mais um obrigado pelo amigo que és!!!
andreia

1:35 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Pois é!
O problema é que somos sistematicamente insatisfeitos e nem sempre damos valor ao que temos!
"A felicidade é uma bola atrás da qual corremos quando rola...mas que empurramos com o pé, quando pára!"
Temos de aprender a usufruir e a jogar com esta bola, quando a conseguimos alcançar.

11:11 da manhã  

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