quinta-feira, setembro 01, 2005















“E ninguém nos pára enquanto Nós Acreditarmos! =)”
Foi assim que acabei o meu post anterior antes de mandar os beijinhos e os abraços. Estava prestes a começar uma caminhada há muito esperada rumo a Santiago de Compostela e que prometia logo à partida os verdadeiros momentos inesquecíveis de sorrisos profundos que nela vivi.
Entretanto o tempo voou. Tenho andado aqui e ali animado e com um sorriso rasgado que se multiplica porque continuo dia-a-dia a acreditar.
Hoje já é dia 10 e parece que tenho mil histórias que gostava de vos contar. Imensos textos que li e que gostava de partilhar. Várias músicas que vos gostava de fazer escutar… Pensei em tentar distribuir alguns desses momentos pelos dias em que os vivi. E vou então iniciar pelo momento em que penso que a minha caminhada começou.
Recuando até dia 1, lembro-me quando, às 5:45 da manhã, saí eu de casa com a minha mochila de campismo às costas e com uma mais pequena, também aos ombros, mas colocada sobre a barriga. Levava ainda a máquina fotográfica a tiracolo e nas mãos uma camisola. Tinha decidido que ia a pé até ao seminário, onde nos tínhamos combinado encontrar. Enquanto estava a caminho, sentia um entusiasmo que me fazia sentir com toda a energia do mundo, ao mesmo tempo que tentava reflectir sobre o verdadeiro motivo da nossa caminhada. O motivo que nos dá a motivação. Dei por mim sem conseguir definir um motivo único e simples. Porque o motivo não era só o facto de ir de novo a um local de me traz tão boas recordações, nem só o de poder passar quatro dias inteiros a viver novas experiências com amigos que eu adoro, nem só o de saber que ia ter garantidos momentos de maior reflexão que me ajudam sempre a reencontrar-me mais e mais com um grande Amigo meu e que me dão uma serenidade, uma certeza e uma força que confortam. O verdadeiro motivo era talvez a combinação dos três que referi misturados em iguais proporções. Era sentir que mais uma vez íamos chegar todos juntos ao fim de uma longa caminhada cheia de sorrisos de brincadeiras e também de dificuldades, sempre relembrando Aquele amigo que sempre esteve na base da formação do nosso grupo. Era sentir que “mais importante do que aquilo que se leva, é o que se vai ganhando ao longo do caminho”.
Quando cheguei ao seminário, já estavam quase todos reunidos. Faltava apenas a Mercedes, claro =P. A Joaninha também lá estava para se despedir de Nós e para nos dar uma caixinha cheia de momentos que ela nos preparou para fazermos ao longo da nossa caminhada e que a tornaram sempre presente, ainda que não o estivesse fisicamente. Cada momento tinha como base um excerto d’ O Principezinho que nos acompanhou e nos ajudou durante toda a caminhada.
Tínhamos tudo reunido para um grande começo e meia hora depois da hora combinada, lá partimos Nós, rumo a Melide, o início do nosso percurso feito a pé, em Espanha.

“Nesse mesmo dia, dois discípulos, iam a caminho de uma aldeia chamada Emaús. Enquanto conversavam e discutiam, aproximou-se deles o próprio Jesus e pôs-se com eles a caminho”
Lc 24, 13-15