Cânticos de Natal!

O tempo passa e, aos poucos, vamos entrando numa quadra que eu adoro pelo significado que sinto que tem associado. Uma quadra a que todos damos o nome de Natal, mas que se revela a tantos de maneiras diferentes.
Uns parece que a aguardam ansiosamente todos os anos, porque a associam a um tempo de partilha em que todos procuram dar um momento de atenção a quem mais amam, e outros, parecem evita-la, talvez por não terem o coração em paz.
Conheço os que se afastam por sentirem que não têm próximos os seus familiares, ou porque lhes custa sentir mais de perto a solidão. Mas conheço também os que a vêem apenas como uma altura em que os centros comerciais se enchem de pessoas desorganizadas que procuram incansavelmente completar a lista de presentes que pensaram dar, e que, por isso, não lhe conseguem dar valor.
E quando me dizem isso, que a vêem apenas dessa maneira, fico para mim a pensar no porquê de ser essa a justificação para a recusa. Fico a pensar como é possível que tanta gente se queixe do materialismo que sente nesta época, mas, ao mesmo tempo, nunca tenha ouvido ninguém dizer que se acha assim. E, enquanto penso, concluo que o problema que pode existir nesses corações é somente não lhe conseguirem dar um significado mais profundo e terno, talvez por não se sentirem amados.
Cada época, para nós, é o que nós fazemos dela, e não o que nos parece que os outros fazem na sua maioria.
Se todos nós fazemos a nossa lista de presentes pensados com carinho para quem mais gostamos, e todos nós dedicamos pelo menos um fim-de-semana para sairmos à rua com casacos grossos até à baixa da cidade ou a um centro comercial, é natural que nessas alturas, as ruas e os centros se encham um pouco mais. Se o fazemos, é porque existe um sentimento de amor e de partilha em nós. E isso não é mau, mas bom. E seria ainda melhor se, em vez de olharmos as pessoas como apenas mais umas que nos estão a passar à frente e a empatar, olhássemos como mais umas que querem ver o sorriso de alguém ao desembrulhar o presente em casa, na noite de Natal, enquanto se reúnem em família para festejar.
E assim tudo tem mais significado e mais valor. Como acontece sempre que, na vida, em vez de olharmos os outros superficialmente, olhamos em pormenor, os ouvimos, procuramos entender razões e sentir o seu coração.
Para mim, o Natal é tudo isso. É sentir que os corações quentes nos protegem contra o frio que se faz sentir na rua. Para mim, o Natal é tempo de nos lembrarmos daqueles que nos preencheram os dias durante o ano que está quase a acabar, que foram para nós uma presença constante, que nos apoiaram, nos ouviram, e partilharam connosco todos aqueles momentos que lembramos tão puros e tão certos, que nos fazem não conseguir parar de sorrir… Aqueles momentos que justificam passar horas a preparar uma prenda para oferecer a um amigo que, para nós, durante um ano, foi parte do que nos fez mais felizes, dos nossos sorrisos mais profundos, e a quem queremos dizer sem reservas que amados acima de tudo! Por tudo o que é para nós e por tudo o que é em nós.
Para mim, o Natal é agradecer e preparar o coração para mais um ano que está prestes a começar e no qual nos propomos ser a cada dia melhores, mais presentes e mais atentos. Para mim, o Natal é tentar deixar nascer Jesus em nós e prepararmo-nos para mais um ano de partilhas, em que nos entregamos a quem amamos como Jesus se entregou a nós ao nascer nas palhinhas em Belém.
E é isto que eu desejo para todos este Natal! Desejo que encontrem dentro de si paz interior, alegria pelo que partilharam com quem mais gostam, e que consigam olhar a vida com tudo aquilo que ela tem de mais bonito de forma a senti-lo suficiente para perceber que nela, tantas vezes, tudo tem um sentido tão certo…

Nos últimos dias, tenho tido a oportunidade de estar com a minha maninha, de passear com os meus amigos pelas ruas enfeitadas, de conversar com eles e de preparar presentes para oferecer com toda a minha dedicação! Ontem à noite, no grupo de jovens, estivemos também a ensaiar cânticos de Natal que vamos cantar no Sábado a Caneças para estar um pouco com as crianças.
E começam a ser estes os primeiros passos da minha preparação para este Natal. Ouço os cânticos e sinto-os dentro de mim a encherem-me o coração de paz…