domingo, julho 17, 2005


“Querido Jesus,
eu amo-te muito. Também amo o meu papá, a minha mamã, a minha irmã, e todos os meus amigos.
Muito obrigado Jesus, por tudo o que me dás: a vida, o carinho, a escola e tantas as outras coisas.
Queria que todas as crianças do mundo inteiro tivessem o que precisam.
Muito obrigado Jesus, em meu nome e em nome delas.”

Esta era a pequena oração com que, em pequeno, eu iniciava todas as minhas orações. Vinha escrita num marcador de livros que a minha avó Adelaide me deu há muitos, muitos anos. Eu lia-a todas as noites sempre que me lembrava de rezar, até que acabei por decora-la. Passou a ser como que um ponto de partida para as minhas conversas com Jesus. Quase como um olá; umas palavras para puxar um tema de conversa.
Lembro-me de adormecer várias vezes enquanto a rezava; lembro-me que a minha irmã me pedia para lhe dizer alto as frases para ela poder repetir antes de dormir e lembro-me quando, por vezes, a cheguei a rezar com a minha irmã e com os meus pais, todos juntos e reunidos com Ele.
Porque é que estou a contar isto? Porque sinto que foram momentos que se aproximam de um outro que vivemos e festejámos há pouco tempo. São momentos que passamos os quatro juntos em família e juntos de uma grande amigo meu e penso que também deles, Jesus. Acho que foi isso que conseguimos mais uma vez quando, dia 5 deste mês, fomos festejar os 25 anos de casados dos meus pais. Sim! 25 anos! É uma data muito bonita. São já muitos anos de momentos vividos, de partilha e de amor.
Por isso, fomos festejar todos juntos e com os meus avós. E começámos precisamente por uma missa. Foi muito simples. Estávamos apenas nós e o meu padrinho de baptismo, que foi o Padre que casou os meus pais, numa capelinha bonita forrada de azulejos antigos que nos relembram pedaços de história que ficam assim eternizados. E foi também o que aconteceu. Juntos, celebrámos com a presença forte de Jesus nos nossos corações e relembrando as suas palavras e acções, novos momentos que, como os azulejos, vão contanto a história da nossa família e que ficarão marcados nas nossas melhores lembranças e recordações.
Senti que, mais do que uma confirmação (que tem de ser diária) de um passo sério e sentido feito à 25 anos atrás, o que partilhámos naquela capelinha, foi um balanço marcado por sorrisos profundos de uma vida que é agora também partilhada com dois filhos. E é claro que não é um balanço positivo feito apenas de situações perfeitas. Existem falhas; existem fragilidades. Porque mesmo na relação dos pais com os filhos e dos filhos com os pais nada é linear, nem intocável. Mas o desafio é tentar que esses pontos fracos sejam pormenores que, depois de serem entendidos, se possam ultrapassar. Pormenores que se tornam pouco importantes, ou mesmo nada importantes, face ao que realmente nos une e que é essencial: o amor. E com ele a partilha, a alegria, as brincadeiras, as risadas, as conversas, o respeito e a liberdade de termos também os nossos espaços e momentos a sós.
É tudo isto que me faz ver este balanço positivo como um exemplo de força, de cedência, de adaptação e, acima de tudo, de amor, que é essencial para uma vida a dois em que se deixa de dizer “Eu” para se passar a falar em “Nós” com entusiasmo. Sinto-me um privilegiado por ver nos meus pais a união de duas pessoas que se amam e que continuam a ter, depois de 25 anos, o desejo de partilharem a sua vida para sempre. Porque para quem ama, “para sempre” não é muito tempo.
Claro que depois da missa onde o casamento dos meus pais foi decerto mais uma vez abençoado por Deus, seguiu-se um super-jantar, super-bom, super-agradável, super-divertido e super-requintado. O champanhe estava óptimo, o vinho também e o bife e as sobremesas idem! Foi um final de dia perfeito!
Obrigado avós pelos pais que nos deram!
Obrigado pai e mãe pelo carinho, pelo amor e pelo exemplo! Obrigado pela vossa juventude e amizade! Obrigado por nos fazerem sentir que gostam ainda mais um do outro do que gostavam à 25 anos trás! Vocês são o presente precioso mais seguro e mais certo que Deus me deu!

[Desculpem qualquer coisinha aqui do filho que tantas vezes, ao seu jeito, é mais frio e quando está em casa se isola horas no quarto com os gatos, a estudar, a ouvir música ou a escrever… Ah! E eu sei que já passou algum tempo depois do dia 5, mas eu gosto desde carácter imprevisível do blog =) =P]Posted by Picasa

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Dando continuidade ao caracter imprevisível do BLOG, só agora escrevo um comentário.

Foi realmente um dia especial...como sempre imaginei que seria!
Descrever o dia e os sentimentos vividos já não é preciso! tu fizeste-o bem demais!

Só posso acrescentar que tenho um orgulho imenso de ser teu pai (repara que não digo: que sejas meu filho!).

Apesar do nosso contributo (meu e da mãe) para vos acompanhar (mais a mãe que eu) para vos incentivar, para que vocês se sentissem sempre amados e respeitados na vossa própria identidade...Vocês são hoje(tu e a Inês) muito melhores que aquilo que nós fizemos.
Parafraseando-te, posso dizer que Vocês também são o presente precioso mais seguro e mais certo que Deus nos deu!
E o nosso amor é mais forte que há 25 anos atrás porque enriquecido com muitas vivencias e com o amor que sentimos por vocês e que sentimos que vocês sentem por nós.
Nada me reconforta tanto!

Que Deus te acompanhe e que possas caminhar lado a lado com esse teu Amigo de sempre - Jesus - por muitos e longos anos, com a coragem de partilhar essa alegria com os outros.

Obrigado

Luís

2:27 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Sinto-me MUITO orgulhosa!!!!!!!
Tenho os melhores pais e o melhor mano do Mundo :D SOU FELIZ!!!! OBRIGADA!!!
Beijinhos grandes para os três :)
***iNeZiTa

11:25 da tarde  

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