quarta-feira, janeiro 26, 2005


... Inevitavelmente acabei por me lembrar daqueles amigos dos quais o tempo me separou. Senti-me invadido por algo que não sei explicar. Um sentimento de uma imensa cumplicidade que ficou perdida no passado como se estivesse algures a flutuar. Um sentimento nostálgico, mágico e gostoso, mas ao mesmo tempo triste e assustador...
... Hoje esses amigos são um nome, são o local onde nos encontrávamos, são fotos, são lembranças. Lembranças que, mesmo assim, às vezes estão sumidas e voltam somente com ajuda de referências. Nessas alturas, sente-se um pesado afastamento dos tempos passados, misturado com a alegria de vivências comuns...
... Quando reencontramos esses amigos, começamos tantas vezes por olha-los com desconfiança ao reconhecemos entre diversos novos traços, uma cara familiar modificada por experiências que não acompanhámos. Mas é uma desconfiança que dura apenas até ao momento em que se cruzam os olhares e em que se esboça aquele sorriso. Um sorriso que recupera do passado os momentos comuns guardados com uma eterna saudade. E é então que se trocam palavras e gargalhadas. Em cinco minutos tentam-se contar todos os novos caminhos tomados e todas as novas coisas que nos fazem felizes. Apetece marcar novos encontros, telefonar mais vezes e, acima de tudo, nunca voltar a perder o contacto...
... Sentimos uma intimidade enorme com quem às vezes já conhecemos tão pouco, até que trocamos um último sorriso quando nos voltamos a afastar para seguir o nosso dia, as nossas vidas novas. Um novo afastamento que nunca sabemos como vai ser: se realmente curto como a nossa vontade naquele momento, ou se vai de novo estender-se e estender-se até um novo reencontro casual...

... E parece que é assim mesmo. Parece que a vida tem destas coisas: o tempo afasta-nos de uns e apresenta-nos outros. Por um lado dói, por outro enche-nos o mundo de novas cores.
Mas o que realmente me contenta profundamente é que aquelas que são de facto grandes amizades parecem nunca morrer. Amizades que permanecem para além do tempo. Amizades que nunca deixam aquela grande cumplicidade ficar perdida a flutuar no passado. Amizades que são para sempre... Posted by Hello

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Também tenho desses momentos, em que tenho vontade de telefonar só pra dizer olá, pra saber se também sentem a minha falta, se pensam também nessas coisas, e nas conversas, e nas brincadeiras...
Não te vou deixar a adivinhar durante muito tempo: a pessoa que te fala, andou na tua turma do externato e no grupo de jovens, quando durante uns anos. Eu e tu temos um aperto de mãos secreto, e o teu nº está assinalado no meu telemóvel como "Querugue".
E agora, quem sou eu?Já descobriste?Agora que já sabes,quando é que vamos tomar um café?
Já descobriste?

8:03 da tarde  
Blogger Tiago Krug said...

Racuele!! =P
Claro que descobri logo! lol
Não precisavas de deixar tantas pistas!
Se há coisa que eu tenho é boa memória para as coisas importantes. =)
Temos de combinar um cafezito sim! Por mim pode ser quando quiseres. ;)
É só mandares uma mensagem para o Querugue. =P
Beijinhos!

8:24 da tarde  

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