segunda-feira, junho 13, 2005

E que venham as sardinhas e as febras!

Todos os anos, mal o tempo começa a ficar mais bonito e nos começa a apetecer passar os dias de calções e de chinelos, damos por nós mais uma vez com os festejos dos santos populares à nossa porta. Chegam os feriados e o cheiro forte a sardinhas. Nas paróquias ouve-se falar de Santo António e quando se liga por minutos a televisão, vêem-se as noivas protegidas por este Santo que dizem casamenteiro. Vêem-se as ruas dos bairros enfeitadas e coloridas e os grelhadores às portas das casas. As faces das pessoas andam rosadas pela sangria e as ruas de Alfama enchem-se até às portas do castelo. Crianças, jovens e adultos vestem-se com roupas de cor alegre e cantam quadras enquanto marcham pelas avenidas e os escuteiros vendem bilhetes para os arraiais que organizam.
Os amigos saem juntos para se divertirem, vêem-se casais de namorados espalhados e barracas a vender manjericos com quadras de amor. As mães ensinam aos filhos que os manjericos cheiram bem, mas que não se podem cheirar directamente e vêem-se as crianças contentes a tocar-lhes com as mãos para sentir o seu cheiro. Outras, andam com copinhos a pedir uma moedinha para o Santo António.
Este ano, fomos para Alfama como manda a tradição. No Sábado fui com os meus pais e com a minha irmã. Fomos passear pelas ruas e comer sardinhas fresquinhas acompanhadas por uma sangria a uma casa de fados. Viam-se imensos turistas com as suas maquinas de filmar a contemplar esta nossa música e a observar as ruas estreitas que sobem inclinadas cheias de prédios estreitos que por vezes quase que se parecem tocar. Às janelas, continuavam, como sempre, as velhotas atentas ao movimento. Viam-se pessoas reunidas a conversar perto das portas abertas das suas casas. Sentia-se uma calma que entra em harmonia com as cores das fachadas envelhecidas dos prédios, ao mesmo tempo que várias pessoas preparavam as suas barraquinhas para a grande noite do dia seguinte.
No Domingo, voltei ao mesmo sítio com a minha irmã e com amigos, mas desta vez com muito mais agitação. Era a noite que as pessoas andavam atarefadas a preparar. As ruas estavam cheias como se costuma ver nesta noite do ano, embora com menos gente do que pareceu estar nos dois anos anteriores. Ao passear pelas ruas para cima e para baixo a percorrer as barraquinhas encontrei imensa gente conhecida! São daquelas alturas em que parece que o mundo é mesmo muito pequeno e em que nos faz impressão como se encontra tanta gente. Será que todas as pessoas se encontram por coincidência? =P
Gostei muito de encontrar a Prata e a Pitchy! Já não as vias à bastante tempo e, mesmo que tenhamos falado de relance, sabe sempre bem trocar dois dedos de conversa. Só não encontrei bailaricos. Nem eu nem ninguém. LOL! Acho que não havia nenhum… Mas pronto, as conversas e as brincadeiras foram engraçadas e passou-se assim mais uma boa noite com a alegria que estes festejos nos trazem. Foram mais momentos para a colecção! Obrigado aos que os passaram comigo!
Por agora, que continuem a vir as sardinhas, as febras e as festas! =)

E viva os Santos Populares, o Fado e a Sangria! Olé!