sábado, maio 07, 2005

Fragilidades

Existem dias em que somos envolvidos por uma angústia que parece não ter fim.
Quando algo nos chama e nos repele ao mesmo tempo.
Quando duvidamos que amanhã o sol possa nascer para manter viva uma flor.
Quando o passado não chega para iluminar o futuro.
Quando as setas parecem se afastar do alvo.
Quando o sentido da nossa vida nos faz navegar por alguns mares sem horizonte.
Nestes momentos era tão bom que pudesse o tempo parar…

Talvez pudesse o tempo parar
Quando tudo em nós se precipita
Quando a vida nos desgarra os sentidos
E não espera, ai quem dera

Houvesse um canto pra se ficar
Longe da guerra feroz que nos domina
Se o amor fosse como um lugar a salvo
Sem medos, sem fragilidades

Tão bom pudesse o tempo parar
E voltar-se a preencher o vazio
É tão duro aprender que na vida
Nada se repete, nada se promete
E é tudo tão fugaz e tão breve

Tão bom pudesse o tempo parar
E encharcar-me de azul e de longe
Acalmar a raiva aflita da vertigem
Sentir o teu braço e poder ficar

É tudo tão fugaz e tão breve
Como os reflexos da lua no rio
Tudo aquilo que se agarra e já fugiu
É tudo tão fugaz e tão breve.

Mafalda Veiga

Quando o nosso mundo se afasta de estrelas próximas e se vê o seu brilho desvanecer.
Nestes momentos era tão bom que pudesse o tempo parar…