terça-feira, maio 10, 2005

Dia Europeu da Prevenção do AVC

Cidadãos da Europa!
Como já devem saber, estou de volta ao trabalho depois das minhas férias magníficas de 6 meses que me fizeram crescer imenso e olhar para a vida com uma alegria cada ver maior. Foram 6 meses que eu não trocava por nada. Foi também nesse intervalo que escolhi com calma o projecto em que pretendo vir a fazer o meu Doutoramento. Ou seja, o projecto em que quero trabalhar e que quero abraçar nos próximos anos. Um dia já longe dei a entender num post que havia de ser algo ligado à saúde. Hoje, digo-vos que vou analisar amostras de doentes com Acidentes Vasculares Cerebrais (AVCs) para estudar factores génicos desconhecidos que constituam um potencial factor de risco para a incidência desta doença complexa. Como tal, ainda por cima no dia de hoje em que se celebra o Dia Europeu da Prevenção do AVC pela primeira vez , sinto-me chamado a contribuir para vos sensibilizar para esta doença que em Portugal, mata três pessoas por hora!

A iniciativa da celebração deste dia é da Aliança Europeia para o AVC (SAFE) e tem como objectivos aumentar a consciência do grande público para a doença e melhorar a prevenção primária através de diversas medidas, entre as quais o tratamento mais rigoroso da hipertensão.
O AVC é considerado uma “catástrofe evitável”, mas causa, segundo dados da SAFE, a morte de cerca de 575 mil pessoas por ano na Europa. Em Portugal esta é a principal causa de morte, afectando em média 54 pessoas por dia e cerca de 20 mil por ano.
O AVC é ainda mais incapacitante do que letal, e o défice neurológico persistente e a incapacidade física causados têm um elevado custo sócio-económico. Prevê-se que o número de pacientes com AVCs possa aumentar, se não forem tomadas medidas preventivas, já que a incidência dos AVCs aumenta com a idade e actualmente observar-se um envelhecimento demográfico. As projecções para o ano 2020 sugerem que o AVC permanecerá dentro das três principais causas de morte e uma das cinco causas mais importantes de incapacidade tanto nos países desenvolvidos como nos países em desenvolvimento.
Alguns factores de risco para AVCs, como ter mais de 55 anos de idade, ser do sexo masculino, ou ter uma história familiar de AVCs, estão fora do controlo de qualquer indivíduo. No entanto, outros factores de risco como fumar, ser obeso ou consumir álcool em excesso, podem ser modificados mediante alterações de estilo de vida. Há ainda outros factores de risco, tais como AVCs anteriores, acidentes isquémicos transitórios, diabetes, colesterol alto, hipertensão, doenças cardíacas ou estenose carotidea, que também podem ser controlados mediante tratamento médico.
Ou seja, está também nas nossas mãos manter um estilo de vida que nos afaste de problemas futuros, principalmente para quem tem pelo menos um daqueles factores que não se podem controlar.
O meu papel e da equipa com a qual trabalho no Instituto, estará em tentar identificar factores genéticos de risco que permitam que os indivíduos mais susceptíveis de desenvolver AVCs implementem modificações comportamentais e tratamentos médicos de forma a reduzir a sua propensão para sofrer um AVC.
Esperemos que os esforços dêem frutos! =)

Cuidem-se e ajudem a sensibilizar o mundo se acharem necessário!
Sorrisos!