domingo, fevereiro 06, 2005

Sabores da vida

Foi tão estranho…
O fim do jantar teve um sabor amargo de despedida. Senti aquele nó forte a apertar a garganta. Um sentimento de saudade grande que adivinha um período de afastamento. Um período no qual não vou poder cruzar no dia a dia com pessoas de quem gosto tanto e que considero tão especiais.
Sei que nos últimos tempos também estivemos um pouco mais afastados. Eu já não estava presente todos os dias. Já não nos encontrávamos nas salas de aula. Já não almoçávamos juntos todas as semanas. As vidas começaram a tomar rumos diferentes.
Mas não era o mesmo... Eu continuava a poder mostrar-me presente. Sabia onde os encontrar sempre que quisesse. Os nossos momentos juntos dependiam apenas de uma vontade, de uma mensagem, de um telefonema. A única dificuldade era arranjar um espaço livre na agenda. Uma dificuldade tão pequena para quem se gosta...
Agora, os nossos caminhos começam a estar um pouco mais afastados. Já sabíamos que ia acontecer. É natural. É sempre assim. Toda a gente diz o mesmo. Mas é exactamente por isso que me quero pronunciar.
Quero dizer que a minha vontade vai continuar. Que o tempo vai estar a passar, mas que eu vou sempre estar a esperar por uma nova mensagem, por novas notícias, por novas oportunidades para estarmos juntos. Mesmo quando um dia parecer que os nossos caminhos já se afastaram ainda mais um pouco, mesmo que pareça que podem vir a haver espaços em branco nas conversas, mesmo que pareça que pode não haver assunto… Porque tenho a certeza que isso não irá acontecer. Isso nunca acontece entre pessoas que têm laços fortes.
Porque entre elas, não existe um gostar por gostar. Existe um gostar que cresceu à medida que se foram conhecendo. Que cresceu dos gestos, das partilhas, dos sorrisos, dos passeios, das dificuldades, de todas as experiências conjuntas.
Relembro tantos, tantos e tantos momentos únicos. Almoços, momentos de estudo, aulas na conversa, desenhos, mais conversas, discussões, acampamentos, brincadeiras…
Relembro em especial três “ovelhas”: duas ovelhas brancas e uma negra com orelhas de abano. Uma das ovelhas sou eu. As outras são duas das pessoas que eu mais gostei de conhecer nos tempos da Universidade. Duas ovelhinhas tão diferentes, mas de quem eu gosto tanto …
A estas duas ovelhas que nunca irei esquecer e a outros bons amigos com os quais foi e será sempre um prazer conviver, dedico esta canção:
Um amigo é um bem,
um tesouro que se tem.
São as vozes das estrelas
que nos guiam aqui e mais além.

São momentos bons e maus
nesta estrada percorrida.
Digo mais: não vos trocava
por nada desta vida.

E talvez um dia
chegue a hora do adeus.
Deixar-vos-ei com pena
amigos meus.

Mas, mesmo longe,
vós estais perto e ao pé de mim.
Pois entre amigos,
entre amigos é assim...

Um amigo é um irmão,
nosso pensamento, nossa mão.
Meus amigos que estais aqui,
para vós canto esta canção.

O tempo voa nestes instantes
e eu já estou de partida.
Digo mais: não vos trocava
por nada desta vida.
O jantar foi simples mas fixe. Só faltou termos saído. Mas assim já temos mais um pretexto para o próximo. =)
Beijinhos e Abraços.

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Não percebi a parte das orelhas de abano... k orelhas de abano? :P
ass: anabanana

1:48 da tarde  
Blogger Tiago Krug said...

Acho que são umas orelhas de abano que em tempo eram coladas à cabeça com fita-cola! LOLOL

Mas são as orelhas de abano mais bonitas que existem! =P

Beijinhos

1:57 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home