quinta-feira, fevereiro 17, 2005

A ressaca dura dos sentimentos... Chorar ou rir? Ao menos chorar limpa...

O que aconteceu?
Não sei...
Não percebo se foi algo que valha a pena reflectir.
Não percebo se foi algo que mereça mais atenção.
Não percebo se foi algo que mereça tanto sentimento...
Poderá ter importância algo que era apenas vago?
Poderá ter importância algo que era distante e que sabia que podia não existir realmente?
Poderá ter importância algo que começou por acaso, que é curto e aparentemente superficial?
Poderá esse algo ser ao mesmo tempo uma fonte de conforto e de motivação que nos ajuda a superar dúvidas, inseguranças e incertezas?
Ás vezes há coisas banais que se tornam tão importantes e que fazem doer tanto quando se perdem...
O que fazemos quando esse algo que nos conforta era afinal uma mentira?
O que fazemos quando um amigo que nos compreende desaparece?
O que fazemos quando alguns motivos de alegria deixam de o ser?
O que fazemos quando alguém de que gostamos tanto afinal não existe?
O que fazemos quando, mesmo assim, continuamos a sentir que tudo valeu a pena?
Quando aquilo que partiu, apesar de ser uma mentira, nos ajudou a sermos melhores no nosso dia a dia e a sentirmo-nos melhores connosco próprios...
E o que fazemos também quando, no meio da mentira, parece haver um fundo real?
E o que fazemos se existem também verdades?
E o que fazemos quando, mesmo assim, não conseguimos deixar de gostar desse algo?
Não deveremos guardar apenas as coisas boas e recomeçar?
Não deveremos perdoar e continuar?
Acho que quem gosta realmente perdoa sempre. Eu perdoei...
Mas será que esse perdão não é uma defesa para não nos sentirmos tão longe do pouco que pode ainda existir desse algo que foi desfeito?
Será que esse perdão é um sentimento egoísta que evita que não fiquemos tão longe daquilo de que gostávamos?
Será que esse perdão é uma esperança de voltar a encontrar esse algo que se tem esperança de não estar totalmente perdido?

São só perguntas que faço sem sequer me conseguir distanciar do que aconteceu...
Não te preocupes.
Só estou a deixar cair umas lágrimas...
Dizem que faz bem...
Sinto-me tão feliz na mesma, apesar de estar a chorar que nem um perdido...
Não ligues.
São coisas minhas...
Ninguém me fez mal.
Pelo contrário, só me fez bem.
Mas era mentira...
Nem sequer são coisas de amores, descansa.
Se fossem, se calhar era pior.
São coisas de amigos...
Alguém disse um dia que a amizade é um sentimento mais nobre que o amor...
Mas estou bem.
Eu sinto-me sempre bem!
Acho que só sei viver com um sorriso na alma.
Serei um louco?
Serei um anjo?
Só sei que isto vai passar e que vai ser, num amanhã, mais um sorriso profundo...

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

O que fazer quando somos confrontados com uma cadeia de dúvidas profundas e repletas de sentimento?
Felizmente não existe um manual onde possamos encontrar resposta, o tempo e a relação em causa em conjugação com a tua personalidade são essenciais para que ocorra um processo de modelagem/adaptação à nova situação.
O passado bom existe, guarda-o bem.
O presente doloroso existe, não te abandona e/ou não o abandonas com facilidade.
O futuro, por mais incerto que seja terá um pouco do passado e deste presente que a seu tempo será armazenado na "gavetinha" denominada de processos de aprendizagem relacionais.

"Chorar ou rir?" - Afinal onde está o equilibrio tão desejadamente procurado?

PS:Curioso ter-te conhecido e de me ter dado a conhecer quando simultaneamente sentias que estavas a perder algo tão significativamente e importante para ti.
I am here...You know that for sure.
Beijinho

2:30 da manhã  

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