terça-feira, fevereiro 15, 2005

Ru-Meu e Julieta

Ontem foi o dia dos namorados e hoje lembrei-me da mais linda história de amor! A verdadeira história do Ru-Meu e Julieta, da qual resolvi transcrever-vos a mais bela declaração de amor.

Narrador: Passado já algum tempo
O nosso Ru saltimbanco
Conseguiu juntar algum
Dinheiro que pôs no banco.

Um dia já à noitinha
Vinha o Ru mui chateado
De volta p’ra sua casinha
Quando à linda luz do luar
Repara na silhueta
Duma dama d’encantar
Que se chama Julieta

Ru: Olá! Estarei eu a sonhar?
Vejam só que formosura
Qu’ está ali à janela
Reparem que de tão bela
Ilumina a rua escura
Tem uma linda figura
E só de estar aqui a vê-la
Sinto uma grande ternura
A invadir-me o coração
Mas tenho de aproveitar
Esta bela ocasião
De a fazer aqui gramar
A minha última canção
Que canto p’ra ela escutar

Parece que n vem ninguém
Pssst! Ó Bela! Como te chamas?

Julieta: Estás a falar comigo?

Ru: Tu vês aqui mais alguém?

Julieta: E quem és tu ó Meu?

Ru: Eu não sou meu. Eu sou o Ru

Julieta: Pois ficas a ser o Ru-Meu!

Ru: Mas como te chamas tu?

Julieta: O que é que tu tens com isso?
Enfim, eu sou Julieta!

Ru: Oh! Julieta amada!
Oh doce voz, minha anja
Oh quadradinho de açúcar
Oh meu sumo de laranja
Estarás tu prisioneira
Nesse casarão horrível
Tou aqui p’ra te salvar
Para o Ru tudo é possível
Meu potesinho de mel
Pedaço de marmelada
Tenho uma escada de corda
Para escalar a fachada
Dessa horrível mansarda
E para te libertar
Eu já subo aí não tarda
Mas antes vou-te cantar
Dizendo aquilo que sinto
A já mui célebre canção
Da linda Rosaenxotópinto

Primeira vez que te vi
Dó ré mi fá sol lá si
Si lá sol fá mi ré dó
Meu coração fez-se em pó

Meu coração tava fechado
Sem ser mala nem baú
Tava fechado para todas
Ficou aberto para tu

Julieta: Pára! Não cantes mais
Que já me sinto aflita
Ai! Penso até que vou morrer
D’ataque “d’apendicite”

Ru: Toda a mocinha solteira
Que não tenha namorico
É como um quarto de cama
Onde lhe falta o penico

Julieta: Acaba-me essa balada
Que já estou agoniada

Ru: Julieta está aflita
Está tendo um grande desgosto
Dá-lhe um chlique um desmaio
Maio Junho Julho Agosto

Fui a Belas p’ra ver belas
Em Belas belas não vi
Porque a mais bela das belas
Não eram elas, eras ti

...

E foi assim que eles se conheceram nesta linda história de amor que ainda se prolonga.
Como vocês devem saber, esta historia foi eternizada por Louis Lapin. No final da sua grande estreia no teatro ouviram-se aplausos frenéticos da multidão entusiasmada. A critica foi unânime em considerar esta peça como a melhor do ano, ganhando o seu autor o ÓSCAR da revelação do ano 1988 e ganhando ainda os ÓSCARES dos melhores actores pelas suas excelentes interpretações.

[Eheh! Queria agradecer ao meu pai (o autor) por me ter oferecido esta peça como presente do meu sexto aniversário! Eheh! Entretanto já passaram 17 anos, mas até hoje gosto de a reler! =) A história é bestial! =) Ah! O Jantar Ru-Mântico de ontem também foi fantástico! LOL Viva os 3Nós!]