Nos últimos quatro dias tenho-me sentido meio anestesiado... Parece que depois da noite memorável que partilhei convosco no post de domingo [Piiiiiiiiiiiiiiiuuuuuuuuuu], não consigo parar de sorrir. Ainda para mais os dias têm sido inesquecíveis.
Rio-me por tudo... Sorrio por nada... Apetece-me dar e dar...

Domingo de manhã depois de votar fui à missa dos meninos da catequese festejar com eles a festa do perdão. Estavam tão lindos todos de T-shirts brancas. Estava tudo muito bem organizado. Quando eles se juntaram todos ordenados, reparámos então que as letras que alguns deles tinham desenhadas nas T-shirts se juntavam com lógica para darem voz ao que eles sentiam nos seus corações: "Estamos perdoados!". Logo nesse instante acho que todos nós que somos mais crescidos sentimos uma pureza enorme a envolver-nos. Aquelas crianças tão simples e tão puras a pedirem perdão pelos seus pequenos pecados com uma fé enorme do tamanho dos seus sorrisos. Um exemplo tão grande que nos dão. Passos que na simplicidade delas são tão certos e que pretendo seguir...

Depois vim almoçar a casa e preparei-me para mais um grande momento de partilha. Foi mais uma daquelas tardes cheias em que vamos visitar e brincar com os nossos meninos de Caneças. E digo cheias em todos os sentidos. Cheias dedicação e oferta. Cheias de tudo aquilo que parece que nos mostra a verdadeira importâncias das coisas. De tudo aquilo que nos desperta para a importância de sermos uns para os outros. De tudo o que nos ajuda a pesar os nossos problemas. De tudo o que nos faz ver com que os nossos umbigos são a coisa menos importante. De tudo o que faz sentir o coração cheio de amor, de carinho, de entrega, de disposição, de vontade... Porque ao darmos àquelas crianças sorrisos, atenção e abraços, recebemos em dobro uma paz de espírito que faz com que tudo na vida tenha sentido. E saímos de lá maiores e mais completos.
No fim do dia voltamos estafados apenas fisicamente... Depois de todas as correrias, dos saltos, das mais diversas brincadeiras, de andar com dezenas de crianças às cavalitas, de as mandar ao ar, de jogar à bola... Depois de conversar com elas sobre a escola, sobre os irmãos, sobre as namoradas... Conversas simples que infelizmente nunca passam por falar da família convencional que todos nós temos, de certezas como as que nos movem nos nossos dias, de oportunidades que surgem, de ambições...
São olhares e sorrisos que roubamos a crianças inseguras dos 6 aos 18 anos que vivem numa luta enorme que, embora até possa ser como as nossas, se recente da fragilidade delas só se terem umas às outras e às histórias tantas vezes mal contadas do seu passado...
São crianças que espero que vejam em nós uma ajuda, um abraço, pessoas onde possam arranjar as referências que todos temos de ter para crescer, um sorriso profundo...
Ao me deitar senti que tudo no meu dia tinha valido a pena...
Hoje revejo as 132 fotos que tirei =)

E termino com o refrão da música "Ser Criança" do André C.A.:

Não busques por detrás de cada esquina
E não peças aos montes que se movam
E se mais do que receber a alegria está no dar
Porque é que eu não quero ser feliz todo o dia?

[Os miúdos adoraram fazer scones, brincar com barro! Eheh!]