… vencido! =)
Depois de chegar a Lisboa, no Sábado, o desafio que tínhamos acabado de iniciar estava longe de acabar. E nós mal sabíamos o quanto…
Domingo, segunda e hoje foram dias que se podem descrever como activos, intensivos e exigentes. De manhã à noite, as horas passavam e estávamos constantemente no laboratório com tubos de sangue à frente, a trata-los. Separar células, extrair RNA e DNA, preparar reagentes, determinar concentrações, guardar tubos, apontar e discutir os resultados…
O rádio tocava e ouvimos de seguida centenas de músicas, umas a seguir às outras, sem fim. As amostras pareciam não acabar e quando calculávamos as horas que ainda devíamos demorar para terminar, parecia sempre que se duplicavam. E durante mais tempo lá continuávamos nós sem parar, a correr em contra-relógio.
Também com o tempo, felizmente, o número de tubos nas bancadas ia mesmo assim diminuindo e sendo substituído por tubos progressivamente mais pequenos. O lixo que fazíamos, tanto sólido como líquido, aumentava a olhos vistos, mas rápido também o metíamos para esterilizar.
De vez em quando surgiam daquelas peripécias que agora só nos fazem rir. Como daquela vez em que achei estranho a Benedita estar a demorar tanto tempo para voltar da centrífuga para a sala de RNA. Quando olhei para trás estava ela a olhar para todos os recantos da bancada da centrífuga e a tacteá-la. Achei no mínimo sinistro e perguntei o que se estava a passar. Segundo ela, tinha perdido uma coluna à qual tínhamos o RNA de uma das amostras ligado. Tipo… para quem não sabe, as colunas são umas coisinhas parecidas com um supositório pequeno e oco, aberto de um dos lados, difíceis de encontrar se caírem, por exemplo, para baixo da bancada… Eu pensei para mim: “Mas como é que se perdem colunas quando se vão tirar da centrífuga uma a uma para meter num suporte?” Mas pronto, se tinha perdido, tinha perdido, e o único remédio era procurar a dita coluna. E foi revirar a bancada junto à centrífuga, foi ver a Benedita deitada no chão do laboratório a retirar cada vez mais coisas inacreditáveis debaixo da bancada por aquele centímetro e meio que a separa do chão. Primeiro dum lado… Depois do outro… Acho que lá deve existir de tudo um pouco. Um dia, numa emergência qualquer é só procurar. Em caso de fogo podemos, por exemplo, ir lá tentar encontrar mais extintores! Também lá deve haver. =) Mas pronto, nisto o tempo foi passando e já estavam mais colegas doutro laboratório a ajudar a procurar dando indicações, claro! LOL “Usa esta caneta!”, “Era melhor uma régua!”. Por ai. Até que o tempo foi passando e ao fim de uns 10 min a Benedita aparece de novo ao meu lado [sim, porque entretanto as coisas não podiam ficar paradas] e bem baixinho diz-me: “Tiago, afinal a coluna estava no suporte…Não dizes a ninguém, ok?”. LOL Claro que eu não digo! Achas Tita? =)
Bem… É isso mesmo! Foi muito cansativo! As nossas cabeças por vezes estavam tão em água que se ouvia chocalhar se as abanássemos! Mas de certo modo também foi uma experiência muito revigorante. Faz sentir um gostinho especial agora que quase terminou. Ter conseguido fazer tudo e obter bons resultados. Aliás, só bons resultados! Será mais uma daquelas histórias que à distância há-de ser bom recordar. Um sorriso já é, e com o tempo, decerto se tornará em algo mais especial, um sorriso profundo… =)
[Odiei sonhar numa das noites com tubos que nunca mais acabavam de chegar. Senti que houve alturas em que me senti cansado e sem a possibilidade de descansar, porque nestas alturas há sempre tantas coisas para fazer… Mas são estas coisas que o tempo cura e, mais tarde, quando olhamos para trás, parece que são apenas pequenos pormenores. Mais uns que nos ajudaram a ter ainda mais capacidade de trabalho, mais resistência, mais sabedoria e experiência. E nessas alturas, só ficamos a ganhar. Beijos e Abraços!]
Domingo, segunda e hoje foram dias que se podem descrever como activos, intensivos e exigentes. De manhã à noite, as horas passavam e estávamos constantemente no laboratório com tubos de sangue à frente, a trata-los. Separar células, extrair RNA e DNA, preparar reagentes, determinar concentrações, guardar tubos, apontar e discutir os resultados…
O rádio tocava e ouvimos de seguida centenas de músicas, umas a seguir às outras, sem fim. As amostras pareciam não acabar e quando calculávamos as horas que ainda devíamos demorar para terminar, parecia sempre que se duplicavam. E durante mais tempo lá continuávamos nós sem parar, a correr em contra-relógio.
Também com o tempo, felizmente, o número de tubos nas bancadas ia mesmo assim diminuindo e sendo substituído por tubos progressivamente mais pequenos. O lixo que fazíamos, tanto sólido como líquido, aumentava a olhos vistos, mas rápido também o metíamos para esterilizar.
De vez em quando surgiam daquelas peripécias que agora só nos fazem rir. Como daquela vez em que achei estranho a Benedita estar a demorar tanto tempo para voltar da centrífuga para a sala de RNA. Quando olhei para trás estava ela a olhar para todos os recantos da bancada da centrífuga e a tacteá-la. Achei no mínimo sinistro e perguntei o que se estava a passar. Segundo ela, tinha perdido uma coluna à qual tínhamos o RNA de uma das amostras ligado. Tipo… para quem não sabe, as colunas são umas coisinhas parecidas com um supositório pequeno e oco, aberto de um dos lados, difíceis de encontrar se caírem, por exemplo, para baixo da bancada… Eu pensei para mim: “Mas como é que se perdem colunas quando se vão tirar da centrífuga uma a uma para meter num suporte?” Mas pronto, se tinha perdido, tinha perdido, e o único remédio era procurar a dita coluna. E foi revirar a bancada junto à centrífuga, foi ver a Benedita deitada no chão do laboratório a retirar cada vez mais coisas inacreditáveis debaixo da bancada por aquele centímetro e meio que a separa do chão. Primeiro dum lado… Depois do outro… Acho que lá deve existir de tudo um pouco. Um dia, numa emergência qualquer é só procurar. Em caso de fogo podemos, por exemplo, ir lá tentar encontrar mais extintores! Também lá deve haver. =) Mas pronto, nisto o tempo foi passando e já estavam mais colegas doutro laboratório a ajudar a procurar dando indicações, claro! LOL “Usa esta caneta!”, “Era melhor uma régua!”. Por ai. Até que o tempo foi passando e ao fim de uns 10 min a Benedita aparece de novo ao meu lado [sim, porque entretanto as coisas não podiam ficar paradas] e bem baixinho diz-me: “Tiago, afinal a coluna estava no suporte…Não dizes a ninguém, ok?”. LOL Claro que eu não digo! Achas Tita? =)
Bem… É isso mesmo! Foi muito cansativo! As nossas cabeças por vezes estavam tão em água que se ouvia chocalhar se as abanássemos! Mas de certo modo também foi uma experiência muito revigorante. Faz sentir um gostinho especial agora que quase terminou. Ter conseguido fazer tudo e obter bons resultados. Aliás, só bons resultados! Será mais uma daquelas histórias que à distância há-de ser bom recordar. Um sorriso já é, e com o tempo, decerto se tornará em algo mais especial, um sorriso profundo… =)
[Odiei sonhar numa das noites com tubos que nunca mais acabavam de chegar. Senti que houve alturas em que me senti cansado e sem a possibilidade de descansar, porque nestas alturas há sempre tantas coisas para fazer… Mas são estas coisas que o tempo cura e, mais tarde, quando olhamos para trás, parece que são apenas pequenos pormenores. Mais uns que nos ajudaram a ter ainda mais capacidade de trabalho, mais resistência, mais sabedoria e experiência. E nessas alturas, só ficamos a ganhar. Beijos e Abraços!]
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home